Mulher morre em ponto de ônibus e corpo fica madrugada inteira na rua
O marido passou a noite ao lado da esposa morta e ligando para autoridades pedindo ajuda para remoção do corpo, que só aconteceu 13h depois
Cristiane Pedro Gomes, de 42 anos, morreu em um ponto de ônibus no Rio de Janeiro, na noite da última terça-feira, 1º, e seu corpo ficou na calçada a madrugada inteira esperando resgate. Apenas, na manhã desta quarta-feira, 3, aproximadamente 13 horas depois foi realizada a remoção.
Cristiane aguardava a condução em frente ao Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) quando, por volta das 18h, começou a ficar sem ar e desmaiou. De acordo com pessoas presentes no local e policiais militares houve tentativa de reanimá-la. Foi assim que a mulher conseguiu dar o contato do marido e de um filho, que foram avisados e correram para o local. Porém, antes que algum familiar chegasse, ela teve outro mal súbito e não resistiu.
Segundo o viúvo, Alexandre Graciano dos Santos, de 43 anos, equipes da Polícia Militar e do Samu estiveram no local, mas houve um “jogo de empurra”.
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“Meu filho recebeu uma notícia de que ela estava passando mal aqui no ponto. No meio do caminho, até a nossa casa, eu recebi um telefone de que ela tinha ido a óbito. Ao chegar aqui, por volta das nove (horas da noite), fomos atendidos por uma viatura da PM. Após umas dez, onze horas, pelo Samu. Peguei a declaração de óbito. E só não consegui fazer a remoção até agora. A luta toda é essa para fazer a remoção”, disse ele, em entrevista ao “Bom Dia Rio”, da TV Globo, no início da manhã desta quarta-feira.
“A Polícia Civil confirmava o que já tinha dito da primeira vez: para eu recorrer ao Samu. Quando eu chegava no Samu, o Samu simplesmente não fazia a remoção. Aí pedia que eu entrasse em contato com a Defesa Civil. Mas eu já tinha entrado. Mais de cinco vezes. E empurrava de novo para o Samu. E nesse pingue-pongue, fiquei até agora para resolver as coisas”.
A PM afirmou que a remoção de corpos é de responsabilidade da Polícia Civil apenas em casos de morte violenta. Para mortes por causas naturais em via pública, como a da Cristiane, a Polícia Civil é acionada até o local para fazer o registro do óbito e então, o Corpo de Bombeiros é chamado para fazer a remoção do corpo.
Segundo Alexandre, ninguém da família foi informado desse procedimento. Ele lamentou o que classificou como “falta de bom senso, comunicação e esclarecimento”. Para ele, o Samu, que emitiu o atestado de óbito, deveria ter dado orientações para que ele cumprisse as etapas até fazer o sepultamento de Cristiane.