Mulheres negras debatem alguns de seus muitos desafios no Brasil

Nomes como Taís Araújo, Alexandra Loras e Luislinda Dias de Valois falaram sobre os diversos desafios das mulheres negras e de como superá-los

Taís Araújo (esq), Alexandra Loras (centro) e Luislinda Valois

Alguns dos desafios enfrentados pelas mulheres negras no Brasil foram abordados no evento “Elas por elas”, promovido por publicações do grupo Globo no último sábado, 1.

Desde a limitação para frequentar certos espaços, passando pela solidão e por frases racistas, os obstáculos que precisam ser superados são vários. No painel, foi abordado o preconceito em dose dupla que recai sobre as mulheres negras: o de gênero e o de cor.

Participaram Alexandra Loras, ex-consulesa da França em São Paulo, Luislinda Valois, ministra de Estado dos Direitos Humanos, Nathalia Santos, youtuber do canal “Como assim, cega?”, a cantora Iza e a atriz Taís Araújo. A mediação foi da jornalista Flávia Oliveira.

“O protagonismo não é cedido, ele é conquistado. Ninguém quer dividir o protagonismo, os homens não querem. E nós, mulheres negras, temos mais umas barreiras à frente”, disse a atriz, segundo O Globo.

“Enquanto só eu estiver fazendo as capas das revistas, é uma história única. E isso não leva a lugar algum”, completou.

A ex-consulesa da França também falou sobre a “síndrome do impostor” no mercado de trabalho. “Um homem branco com 30% da competência para o cargo chega se achando incrível. Uma mulher negra com 95% da competência chega se achando incapaz”.

A cantora Iza exemplificou a insegurança: “Sempre fui muito insegura em relação ao meu talento. Só decidi ser cantora aos 24 anos porque me sentia sozinha. Não me via nos brinquedos que comprava, nas novelas que assistia”.

Ela disse, de acordo com o mesmo jornal, que a internet a ajudou a parar de alisar o cabelo e a reconhecer o seu talento, mostrando a importância da representatividade e da coletividade. “Hoje a gente tem que se abraçar”, afirmou.

  • Leia também: