Mulheres, por favor, não votem no Bolsonaro

Você, mulher e eleitora do Bolsonaro, provavelmente já deve estar de saco cheio de pessoas dizendo que você não deveria fazer isso. Por mais que essa insistência pareça chata, eu aviso: nossa preocupação é sincera. Se estamos tentando tanto te convencer a mudar o seu voto, é porque temos alguns motivos, além da divergência política.

Eu acredito piamente que quem elege o Bolsonaro o faz pensando que é a melhor opção para o país. É difícil imaginar que alguém tomaria esta decisão querendo que tudo dê errado. Você tem o seu direito de voto — algo que só nos foi dado em 1932 — e ninguém deve menosprezar a sua escolha. Mas também acho essencial mostrarmos que ele não está apto para ocupar a posição de presidente. Sua vitória representa um grande retrocesso para as mulheres e para as minorias.

Vou te explicar o porquê…

Um forte argumento dos eleitores de Bolsonaro é que ele não é corrupto, por isso, seria a melhor opção para o Brasil. Bom, Jair não é exatamente um santo. Já teve uma funcionária fantasma, a qual pagava com verba Câmara dos Deputados. Se isso não te convence, saiba que outros candidatos também não são investigados da Lava Jato ou de outras grandes operações anticorrupção. Ele não é o único e, se você realmente quer que a corrupção acabe, o que precisamos é de uma renovação por completa, que inclui reformas políticas. Enquanto esta reforma não acontece, é essencial analisarmos intensamente também os candidatos a senador e deputado.

Nossa corrupção é sistêmica, ela não envolve apenas algumas pessoas de alguns partidos.

Outro ponto defendido por quem vota no Bolsonaro é que ele luta a favor “da família tradicional brasileira”. Eu te garanto uma coisa: ninguém quer ameaçar a imagem familiar. O que tem acontecido agora é que estamos respeitando outras formações como família também. Quantas crianças não foram criadas só pelas mães? Ou então pelos avós? Talvez até somente pelo pai.

Nós precisamos reconhecer que família vai além do clássico “pai, mãe e filhos”.

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Texto escrito por Ana Clara Barbosa e publicado no Superela.