Na Grécia, ministro renuncia após denúncia de auxílio-moradia

Enquanto isso no Brasil...

Enquanto no Brasil, os magistrados pretendem organizar uma greve em nome da “valorização da carreira” após o auxílio-moradia se tornar alvo de críticas e pauta de julgamento no Superior Tribunal Federal (STF), na Grécia, o ministro da Economia e do Desenvolvimento, Dimitri Papadimitriou, renunciou ao cargo após denúncias envolvendo benefícios.

A renúncia foi anunciada após um jornal local revelar que sua mulher, vice-ministra do Trabalho, recebia auxílio-moradia em um país arrasado pela recente crise econômica – que deixou um terço da população na pobreza.

A notícia foi confirmada pelo assessor do ex-chefe da pasta nesta terça-feira, 27. Papadimitriou alegou “razões de sensibilidade política”e entregou a carta de demissão ao primeiro ministro Alexis Tsipras.

Nesta segunda-feira, 26, a mulher de Papadimitriou, Rania Antonopoulou, deixou o cargo após a pressão popular que se instalou após a notícia do subsídio de habitação.

Ainda que, legalmente, a vice-ministra não tenha cometido qualquer infração ao receber o benefício, a notícia causou um forte sentimento de repúdio entre os cidadãos gregos.

Após denúncia. vice-ministra do Trabalho se defendeu das acusações: “Nunca foi minha intenção provocar o senso de justiça público ou ofender o povo grego”

Rania exercia o cargo como vice-ministra do Trabalho dsede 2015, atuando sobre na questão do desemprego no país, que atingiu 20,7%. Como não tinha residência na capital Atenas, ela recebia o auxílio-moradia.

Na denúncia feita pelo jornal, Rania e Papadimitriou foi  considerado o “casal mais rico do governo”, gerando pressão dos oposicionistas e toda população.

Em meio às denúncias, casal devolverá o dinheiro

Papadimitriou e Raina dividiam um apartamento em Atenas, pelo qual ela recebia o auxílio-moradia. Em 23 meses, até agosto de 2017, a vice-ministra recebeu 23 mil euros de benefício (o equivalente, na cotação atual, a R$ 91,3 mil).

Após a denúncia, ela se comprometeu a devolver o dinheiro. “Nunca foi minha intenção provocar o senso de justiça público ou ofender o povo grego. Durante este período de crise, enquanto milhares de pessoas agonizam sobre suas casas, sua renda, seus empréstimos, eu entendo que esse benefício, mesmo legítimo, cause ultraje. Eu também estou ciente que a minha situação financeira reforce a indignação popular”, reconheceu em um comunicado.

Posses e fortuna 

Ainda de acordo com a denúncia, na declaração de renda do casal, consta o recebimento de 450 mil euros em 2015 (R$ 1,7 milhão) e o depósito de outro meio milhão de euros (R$ 1,9 milhão) em bancos do país. Há também ações e propriedades na Grécia e no exterior no nome dos dois.