Na Inglaterra, coletivos questionam patrocínio do petróleo na cultura

O debate de arte versus petróleo na Inglaterra está avançado. Conheça o trabalho de artistas e pesquisadores que defendem o fim desse modelo de financiamento

Ao redor do mundo, empresas petrolíferas patrocinam atividades culturais. Já é comum, em um museu, durante um filme, peça teatral ou show ver o logo de entidades ligadas à exploração do petróleo. Porém, esses logos não estão expostos quando vemos um vazamento de óleo, a poluição do ar, o aquecimento global e até mesmo as guerras no Oriente Médio.

Questionando o real benefício do dinheiro do petróleo e sua associação com a arte e instituições públicas culturais, coletivos de artistas da Inglaterra passaram a lutar contra essa lógica.

‘Pelican Explosion’ – Jackie Taylor, obra exposta em galeria online do Art Not Oil

Art Not Oil

O Art Not Oil iniciou suas atividades em 2004, quando começou a encorajar artistas a fazer trabalhos que mostram os impactos ambientais do petróleo no mundo. Em 2012, o grupo lançou 12 galerias online com trabalhos relacionados ao tema. Confira aqui.

O objetivo era mostrar a outra faceta das empresas de petróleo que, ao patrocinarem programas de cultura, escondem problemas como as mudanças climáticas e injustiças sociais.

Ação direta do Liberate Tate questionando o petróleo nas instuições de arte na Inglaterra

Liberate Tate

O coletivo de artistas atua diretamente nas exposições patrocinadas pelo dinheiro do petróleo. O grupo entende a arte como transformadora social e defende a ação direta e o impacto das performances para lembrar os malefícios do petróleo ao redor do mundo.

Muitas vezes, os artistas do Liberate Tate utilizam o próprio corpo como plataforma artística e de manifestação. O objetivo é criar uma ação direta questionadora e uma estética que sensibilize a população. O lema do coletivo é “Free art from oil” (liberte a arte do petróleo, na tradução livre).

Artistas e pesquisadores do Platform London questionam política do petróleo

Platform London

Combinando arte, ativismo, educação e pesquisa em uma organização, o grupo cria campanhas focadas nos impactos sociais, econômicos e ambientais da indústria do petróleo ao redor do mundo.

O Platform London cria cursos de educação, exposições, eventos de arte e livros com teor inovador e radical, que inspiram novas ideias e mudanças. Ele é composto por artistas, pesquisadores e ativistas da área.

No manifesto do coletivo, eles comparam a indústria petrolífera com a do tabaco, que até pouco tempo patrocinava eventos esportivos e culturais.

No site do grupo, é possível encontrar vasto material sobre política externa, conflitos, prejuízos da energia fóssil e cursos de educação ambiental e artes.

Via Revista Elástica.