Negros representam 77% dos mortos pela polícia no RJ
Veja também: relatório da Anistia Internacional revela que violência policial é a principal forma de violação dos direitos humanos no Brasil
Nos últimos anos, o Rio de Janeiro vive as consequências da violência policial, na sua pior maneira: a morte de jovens, e muitas vezes crianças, negras, pobres, moradoras do subúrbio carioca. Amarildo, Cláudia, DG, Igor Silva, Chacina de Costa Barros. Histórias de vidas interrompidas, vítimas de uma política de extermínio declarada, embora ignorada e silenciada com mais violência.
Neste cenário, uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 24, pelo Instituto de Segurança Pública, revela que das 644 mortes ocorridas em confrontos com a polícia no Estado do Rio no ano passado, 497 (ou 77,2%) eram negras ou não-brancas.
O levantamento, realizado em parceria com a Secretaria de Segurança Pública do Rio, é apenas o primeiro de uma série de pesquisas que serão divulgadas pelo governo. Informações sobre vítimas de letalidade violenta, classificação para homicídios, autos de resistência (mortes em confronto policial), lesão corporal seguida de morte e latrocínio (roubo seguido de morte) são apenas alguns temas divulgados pela pasta.
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Um relatório apresentado pela Anistia Internacional na última terça-feira, 23, faz um alerta mundial sobre a violação dos Direitos Humanos, constantemente violada no Rio de Janeiro. Na cidade, sede da próxima Olimpíada, eventos como remoção forçada de populações, violência policial, ação de milicianos estão entre as principais transgressões indicadas pelo relatório. Além do Brasil, foi enviado a 159 países.
Fascismo à brasileira
Em um compilado de denúncias, referentes a 53 países, o Brasil se destacou pela atuação de suas polícias responsável por homicídios, tortura, maus-tratos, além de ações desmedidas. Temas como direitos das mulheres, indígenas e da comunidade LGBT também foram avaliados.
Episódios como as remoções de moradores da Vila Autódromo, comunidade localizada ao lado do Parque Olímpico retratam o cenário de opressão e autoritarismo por parte das autoridades, como ressalta trecho do relatório. “Desde que a cidade foi escolhida em 2009 para sediar os Jogos Olímpicos de 2016, milhares de pessoas foram removidas de suas casas para dar lugar às obras de infraestrutura para o evento. Muitas famílias não receberam a devida notificação, nem indenizações suficientes ou reassentamento adequado”.