No Instagram, Lázaro Ramos fala sobre apropriação cultural

“Carnaval chegando ao fim e o tema se impõe novamente. Apropriação cultural”. O ator Lázaro Ramos usou seu perfil no Instagram nesta terça-feira, dia 28, para discutir o assunto. Junto ao texto, ele publicou uma foto do músico Neguinho do Samba, morto em 2009.

Ativista na luta por igualdade racial no país, o ator propôs que as pessoas reflitam sobre o assunto, sem que atitudes ofensivas sejam naturalizadas.

“Assim como todas as discussões ligadas à população negra, penso sempre o quanto essas questões e essas vozes foram silenciadas. Excessos e dúvidas surgirão sim, mas quero acreditar que esse é um processo em andamento e que ao compreendermos todas as vozes teremos o equilíbrio e respeito necessários”, escreveu.

Carnaval chegando ao fim e o tema se impõe novamente. Apropriação cultural. Acho sim um tema relevante e sem uma resposta exata. Sem maniqueísmo e sem a solução final. Assim como todas as discussões ligadas à população negra penso sempre o quanto essas questões e essas vozes foram silenciadas. Excessos e dúvidas surgirão sim, mas quero acreditar que esse é um processo em andamento e que ao compreendermos todas as vozes teremos o equilíbrio e respeito necessários. Ah e a foto do Maestro Neguinho do samba? Bom… ele criou o samba reggae e já provocou muita discussão nesse aspecto. Viva Neguinho do samba e sua criação. Eu não tenho a resposta exata. Tenho uma profunda sensação de que precisamos escutar mais e respeitar mais. Homenagem? Apropriação? Essas são as palavras que me acompanharam na reflexao nesse fim de carnaval. #Embuscadesabedoria #nao naturalizemos coisas ofensivas.

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Apropriação cultural é um tema que tem repercutido nas redes sociais nas últimas semanas. Recentemente, uma jovem diagnosticada com câncer relatou que foi criticada por mulheres por usar turbante em um metrô de São Paulo (relembre o caso aqui).

Já no Carnaval, outro caso reacendeu o debate. A cantora Daniela Mercury foi criticada ao se vestir de “Deusa de Ébano” no Carnaval de Salvador, com uma peruca black power. Ela justificou a fantasia e disse que se tratava de uma homenagem à cultura negra e à cantora Elza Soares.

Bloco de Daniela Mercury durante o Carnaval de Salvador

Ao site Bahia Notícias, a cantora disse: “Eu sou preta de pele branca porque a cultura da minha cidade é afro-brasileira e é isso que eu amo. Eu sou Michael Jackson ao contrário, adoro ser negra, minha música é negra, meu empoderamento é negro”.

  • Segundo o artigo 140 do parágrafo 3 do Código Penal Brasileiro, ofender a honra de qualquer pessoa com a utilização de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem pode resultar em ação penal por injúria racial. Saiba como agir em caso de racismo.