O que o porte de armas nos EUA tem a ensinar para o Brasil
Apenas neste ano, armas de fogo mataram mais de 1800 pessoas nos EUA, equivalente a 40 assassinatos por dia
A vida de Isabelly Cristine Santos, de 14 anos, foi interrompida na última quarta-feira, 14, após uma “fechada” no trânsito.
A youtuber, morta com um tiro na cabeça, foi enterrada na manhã desta sexta-feira, 16, em Paranaguá (PR).
Dias antes, em São Paulo, uma briga ocorrida num posto de gasolina resultou na morte de duas pessoas após um frentista atirar contra seus agressores.
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Em meio às circunstâncias que motivaram os crimes, cresce no país o debate sobre a liberação do porte de armas.
No Senado, um projeto de lei proposto por Wilder Morais (PP-GO) defende a revogação do Estatuto do Desarmamento por meio de plebiscito, sugerindo uma nova lei que assegure o porte para qualquer cidadão. A medida conta com amplo apoio popular na consulta pública feita pelo portal e-Cidadania: são 297 mil votos favoráveis ao porte e pouco mais de 13 mil contrários.
Enquanto isso nos Estados Unidos…
Se no Brasil, cuja taxa de homicídios com armas de fogo é cinco vezes maior que nos EUA, a discussão sobre o armamento ganha apoio entre políticos e apelo popular, no país de Donald Trump, o tema gera cada vez mais controvérsia frente aos números da barbárie.
E não por acaso: em menos de dois meses de 2018, a violência armada matou mais de 1.800 pessoas – 40 óbitos por dia, segundo dados apresentados pela Gun Violence Archive. Em 2017, o país registrou o maior número de atentados da história: 10 ataques, 112 mortes (58 em Las Vegas) e 531 feridos. Apesar disso, o porte de armas nos EUA ainda está assegurado.
Novo massacre e a epidemia das mortes por arma de fogo
Na última quarta-feira, 14, um atirador invadiu uma escola de ensino médio em Parkland, na Flórida, e matou 17 pessoas. O novo massacre chama atenção para os altos índices de mortes causadas por armas de fogo no país.
Segundo dados da organização Gun Violence Archive, em apenas seis semanas deste ano, 3.125 pessoas foram feridas por tiros. Além disso, registrou-se também 30 tiroteios em massa, em casos que envolvem ao menos quatro mortes.
Neste cenário, o estudo estima que, apenas em 2017, 15.590 pessoas morreram por armas de fogo nos EUA. Enquanto aqui, em 2014, cerca de 44.861 pessoas morreram vítimas de armas de fogo – 123 por dia.
Diante das estatísticas, resta a pergunta: autorizar o porte de armas no Brasil seria a melhor solução para lidar com a violência?