Brasil lidera ranking mundial de mortes de membros LGBT

Nos últimos meses, aconteceram três casos marcantes de assassinatos contra membros da comunidade LGBT. No mês passado, uma travesti foi morta com um golpe de faca no pescoço em Manaus; em junho, dois professores gays foram carbonizados dentro de um carro no sertão da Bahia; e, no dia 24 de junho, um jovem de 24 anos foi vítima de homofobia em Nova Friburgo.

Gays e transgêneros são assassinados quase todos os dias no Brasil
Créditos: Getty Images
Gays e transgêneros são assassinados quase todos os dias no Brasil

Foi detalhando esses fatos que o The New York Times começou uma reportagem que evidencia a epidemia de violência contra gays no Brasil. Segundo o veículo, em meio à tragédia de Orlando, os brasileiros enfrentam uma situação tão preocupante quanto – o que, inclusive, levou o país a liderar o ranking mundial de mortalidade de membros LGBT.

De acordo com uma pesquisa do Grupo Gay da Bahia, por volta de 1,6 mil pessoas foram mortas por crimes de ódio nos últimos quatro anos e meio. Também, foi informado que gays e transgêneros são assassinados quase todos os dias no Brasil.

Além disso, o veículo exemplifica como o país é contraditório em relação à violência contra gays:

  • São Paulo é a cidade em que acontece a maior parada LGBT do mundo;
  • o Carnaval alimenta a liberdade sexual da população;
  • desde a ditadura, o governo tem introduzido, cada vez mais, políticas que aprimoram a vida das minorias;
  • O Brasil é o primeiro país da América Latina a reconhecer a união de casais do mesmo sexo para fins de imigração;
  • foi um dos primeiros a permitir a adoção para casais do mesmo sexo;
  • foi um dos primeiros do mundo a disponibilizar antirretrovirais aos contaminados por HIV.

Ao mesmo tempo, a homofobia é crescente. O The New York Times sugere, portanto, que o combate às mortes dos LGBTs é impedido pela cultura machista e a força da religião – principalmente evangélica – no Brasil.

O jornal não deixou de citar, também, que a violência é uma preocupação dos brasileiros e estrangeiros em meio ao momento pré-Olimpíadas. Neste ano, os homicídios cresceram mais de 15% e a polícia do Rio de Janeiro assassinou mais de 100 pessoas – em sua maioria negros e pobres.