ONG pede impeachment de Bolsonaro por interferência no caso Marielle
Para ONG, Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade ao ordenar que Moro tomasse medidas para defendê-lo
O Instituto Anjos da Liberdade entregou nesta segunda-feira, 4, ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (PSL). A informação é do site Consultor Jurídico.
No pedido, a ONG alega que Bolsonaro cometeu crimes de responsabilidade ao pegar as gravações da portaria do condomínio onde mora, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, “antes que fossem adulteradas”.
A ONG alega ainda que o presidente Bolsonaro “praticou delitos contra a probidade na administração pública” ao ordenar que o ministro Sergio Moro (Justiça) tomasse medidas para protegê-lo nas investigações da morte da vereadora Marielle Granco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes.
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A petição é assinada por Flávia Pinheiro Fróes, presidenta do Instituto Anjos da Liberdade. ~
Segundo o Consultor Jurídico, se o pedido de impeachment for aceito por Rodrigo Maia será formada uma comissão na Câmara dos Deputados para emitir parecer sobre a possibilidade da denúncia ser julgada.
O parecer deve ser submetido a uma votação nominal. Caso a denúncia não seja considerada procedente, ela será arquivada.
Entenda o caso
Em conversa com jornalistas no último sábado, 4, o presidente Jair Bolsonaro disse que pegou as gravações das ligações feitas entre os moradores e a portaria do Condomínio Vivendas da Barra, onde mora no Rio, antes que fossem adulteradas.
“Nós pegamos, antes que fosse adulterada, ou tentasse adulterar, pegamos toda a memória da secretária eletrônica que é guardada há mais de ano. A voz não é a minha”, disse.
Na semana passada o “Jornal Nacional”, da TV Globo, revelou com exclusividade o depoimento do porteiro do condomínio do presidente à polícia. Em duas ocasiões, ele disse ter recebido autorização do “senhor Jair” para deixar entrar no residencial Élcio de Queiroz, um dos acusados de matar a vereadora Marielle e o motorista Anderson Gomes.
O porteiro ainda contou que depois de Élcio entrar, ele acompanhou a ida do carro pelas câmeras de segurança e viu que o veículo, na verdade, parou na casa de Ronnie Lessa, casa 66, e não na de Bolsonaro, casa 58. Segundo o Ministério Público e a Delegacia de Homicídios, Lessa é o autor dos disparos que matou a vereadora e o motorista.