ONU afirma: políticas de igualdade racial fracassaram no Brasil
Com informações do Estadão
De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), o país “fracassou” em mudar a realidade de discriminação e da pobreza que afeta os negros na sociedade brasileira.
Na análise da situação da população afro-brasileira, apresentada nesta segunda-feira, dia 14, no Conselho de Direitos Humanos, a organização apontou que houve “um fracasso em lidar com a discriminação enraizada, exclusão e pobreza enfrentadas por essas comunidades” e denunciou a “criminalização da população negra no Brasil”.
O documento obtido pelo jornal Estadão foi preparado pela relatora sobre Direito de Minorias da ONU, Rita Izak. Suas conclusões indicam que o mito da democracia racial continua sendo um obstáculo para que o problema do racismo seja reconhecido no país.
Das 16,2 milhões de pessoas que vivem em extrema pobreza, 70,8% deles são afro-brasileiros. Além disso, de acordo com a ONU, os salários médios dos negros no país são 2,4 vezes mais baixos que o dos brancos e 80% dos analfabetos brasileiros são negros.
Em sua avaliação, Rita ainda ressalta que, mesmo com projetos como o Bolsa Família, a “desigualdade continuou”.
Uma das questões tratadas pela ONU é o impacto da violência nessa parcela da população. Dos 56 mil homicídios que ocorreram por ano no Brasil, 30 mil envolveram pessoas de 15 a 29 anos. Deste número, 77% eram garotos negros.