Paraisópolis: jovens morreram por asfixia e trauma na coluna
Familiares desconfiam de versão da polícia
Asfixia e trauma na medula foram apontadas como “causa mortis” nos atestados de óbito de quatro dos nove jovens que morreram neste fim de semana em um baile funk na favela de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, segundo informações do UOL. A polícia civil registrou que as vítimas morreram pisoteadas no Baile da DZ7.
Os atestados de óbito indicam as seguintes causas de morte: Gabriel Rogerio de Moraes e Luara Victoria Oliveira morreram por “asfixia mecânica por ‘enforcação indireta'”, ou seja, foram enforcados. Mateus dos Santos Costa morreu por “trauma raquimedular por agente contudente” e a morte de Bruno Gabriel dos Santos ainda está “a determinar”, pois aguarda resultado de exames.
Uma denúncia de que os corpos das vítimas não estavam sendo fotografados pelo IML durante a necropsia foi feita aos advogados Dimitri Sales, presidente do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) e Arnóbio Rocha, coordenador da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP.
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Um tio da estudante Luara Victoria Oliveira, 18, afirmou que foi impedido de ver o corpo da sobrinha no IML. A adolescente foi enterrada na tarde desta segunda-feira no Cemitério Campo Belo, na zona sul.
“Não descobriram todo o corpo porque estava todo machucado. A gente deu uma olhada e eles pediram pra gente sair”, disse o tio, de acordo com a revista Época. A tia da jovem reiterou que não acredita na versão da polícia de que as noves vítimas morreram pisoteadas.
Familiares de outras vítimas também desconfiam da versão da polícia, pois não encontraram marcas de pisoteamento nos corpos dos jovens.
Ao Jornalistas Livres, dois irmãos de Denys Henrique Quirino da Silva, 16, mostraram a calça do jovem, que estava apenas com barro nos joelhos e na altura das nádegas. “Se passaram por cima do meu irmão, porque a roupa dele está limpa assim?”, questionou Danylo Amilcar. Além disso, segundo os irmãos, os braços de Denys estavam quebrados.