Passageiros da MSC relatam falta de fiscalização de quem testou positivo
Navio MSC Splendida teve que cancelar a viagem de Réveillon após surto de covid-19 a bordo
Passageiros do navio MSC Splendida que estavam a bordo do cruzeiro de Réveillon relataram falta de fiscalização de quem testou positivo para covid-19 durante a viagem, que foi interrompida às pressas no dia 30 de dezembro.
A embarcação, que tinha como destino o Rio de Janeiro na virada do ano, interrompeu a viagem ainda em Santa Catarina e retornou ao Porto de Santos, no litoral de São Paulo, com 78 tripulantes e passageiros contaminados.
Uma das passageiras do cruzeiro era a psicóloga Ana Carolina de Carvalho, de 37 anos. Ela e a e sua mãe, Maria Natalia de Carvalho, de 82, testaram positivo para covid-19 na quarta-feira, 29.
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Em entrevista ao G1, Ana Carolina disse que, apesar de terem recebido uma carta informando que estavam infectadas pelo vírus e aconselhando que ficassem isoladas na cabine, não havia fiscalização no navio.
Segundo a psicóloga, com o surto de covid-19 a bordo, os passageiros foram separados por andares. Os que testaram positivo ficavam em um andar. Já os que testaram negativo, mas tiveram contato com quem positivou, eram alojados em outro andar, e quem testou negativo e não teve contato com quem testou positivo, em outro.
“A segurança era muito falha. Nos dias que não estava testada positiva, eu me perdi e entrei na ala de isolamento sem querer. Não tem aviso e não trancam as portas”, relatou Ana Carolina ao G1.
Casal “fugiu” do MSC Spledinda
O casal Sofia Maria Dias Nadelicci, de 20 anos, e Ademar Gandra dos Santos Silva, 24, que também estava a bordo do MSC Splendida no cruzeiro de Revéillon, contou que “fugiu” da embarcação quando notou que poderia haver um surto de covid-19.
Segundo Sofia e Ademar, não foram seguidos os protocolos de prevenção à doença.
Ao G1, o casal relatou que deixou a embarcação em Porto Belo (SC) , no dia 27 de dezembro, antes da MSC cancelar a viagem e a embarcação retornar a Santos (SP).
“Fugimos porque percebemos que não havia qualquer preocupação com a covid lá dentro. O problema só virou notícia no dia 28, quando a Anvisa impediu os passageiros de descerem do navio em Balneário Camboriú. Sou extremamente grupo de risco, e se não tivéssemos saído aquele dia, só Deus sabe o que teria acontecido. Tenho alto grau de imunossupressão”, relatou Sofia.
A empresária contou ainda que os elevadores do navio ficavam lotados, e que havia muitas pessoas que não faziam uso de máscaras [o uso do acessório é obrigatório, segundo a Anvisa].
O que diz a MSC Cruzeiros
Em nota, a MSC Cruzeiros afirmou que está operando desde agosto de 2020, e que, até o momento, recebeu, com segurança e responsabilidade, mais de 1 milhão de hóspedes em seus navios em todo o mundo, graças a um protocolo de saúde e segurança que foi reconhecido como tendo estabelecido o padrão para a indústria em geral e outros setores.
Segundo a companhia, o protocolo de saúde e segurança, definido e aprovado pela Anvisa, e que está alinhado ao protocolo global, prevê que, no momento do embarque, todos os hóspedes com 12 anos ou mais devem apresentar comprovante de vacinação completa contra a covid-19, e todos os hóspedes com 2 anos ou mais precisam apresentar um teste RT-PCR negativo feito dentro de 72 horas, ou um teste de antígeno realizado dentro de 24 horas antes do embarque.
Afirma, ainda, que um questionário de saúde preenchido dentro de seis horas do início da viagem também é requerido, que toda a tripulação tem o ciclo completo de vacinação e é testada semanalmente, além de 10% da equipe ser testada diariamente.
Outras medidas do protocolo incluem ocupação reduzida a 75%, ar 100% fresco e sem recirculação, distanciamento social entre grupos de viajantes e uso de máscaras faciais em áreas públicas.