Performance de Beyonce gera críticas nos EUA e grupo organiza protesto contra artista

Político canadense pede cancelamento da turnê de Beyonce que acontecerá em maio no país

Filha de pais da Lousiana e Alabama, estados que mantém fortes traços de sua herança escravocrata, Beyonce levou a discussão sobre violência policial ao palco do Super Bowl, no último domingo, em apresentação assistida por 114 milhões de pessoas.
Com o single “Formation”, a artista buscou referências sobre a questão racial no país, e acompanhada de dançarinas com trajes semelhantes ao dos Panteras Negras – organização criada em 1966 para proteger  os negros contra o racismo – colocou o dedo na ferida, incomodando setores conservadores que passaram a criticar e prometem boicotar Beyonce.
Bailarinas formam um X no gramado, lembrando o líder negro Malcom X, notável nome na luta contra o fim da segregação racial nos EUA
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Reação das autoridades e o cinismo da branquitude norte-americana 

Relatos divulgados nos Estados Unidos revelam que oficiais da polícia, de diversas regiões, chegaram a desligar seus televisores durante a apresentação. Nas redes sociais, membros da Associação Nacional dos Xerifes afirmaram ter baixado o volume dos televisores e virado as costas enquanto acontecia a performance.

Para o ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, faltou respeito aos trabalhos dos policiais que arriscam suas vidas para defender a população: “Foi revoltante ela usar o show como uma plataforma para atacar policiais que são as pessoas que a protegem e nos protegem, nos mantêm vivos. E o que deveríamos estar fazendo pela comunidade de afro-americanos, e todas as comunidades, é dar respeito aos policiais. E nos concentrarmos no fato de que quando alguém faz algo errado, okay. Trabalharemos nisso. Mas a maioria dos policiais arriscam as suas vidas para nos manter seguros”.

Ironicamente, nos últimos meses, a polícia de Nova York recebeu recorrentes acusações de violência contra negros. A exemplo de casos como o do jovem Eric Garner, estrangulado por um policial branco que, recentemente, foi absolvido pela justiça.

Protesto “Anti-Beyoncé” pede fim do discurso de ódio e racismo no Super Bowl 

Além das declarações que condenam a performance do último domingo, um grupo está organizando protesto para o dia 16 de fevereiro, em frente à sede da NFL (Liga Nacional de Futebol-Americano). E a reivindicação não podia ser mais irônica: pedir o fim do “discurso de ódio e racismo” em futuras apresentações do Super Bowl.

Comediante ironiza reação dos conservadores e questiona racismo nos EUA 

Sobre Formation, o novo single da Beyoncé.A atriz e comediante norte-americana Jessica Williams fala sobre as críticas feitas ao novo single de Beyoncé (Formation) e a apresentação da cantora no Super Bowl.via: BEYHIVE.com.br

Publicado por Arquivos Feministas em Terça, 9 de fevereiro de 2016