Pesquisa da USP apresenta tecnologia para reduzir emissão de CO2 na produção de cimento

A ideia é reduzir um dos componentes da fórmula, responsável por até 95% da emissão de dióxido de carbono

Na segunda-feira, 15, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) apresentaram uma tecnologia para diminuir em até 50% a emissão de dióxido de carbono (CO2) na produção de cimento.

A pesquisa é uma alteração na fórmula do cimento tradicional, que pretende reduzir a matéria-prima clínquer e aumentar o uso de

Produção de cimento é responsável por 5% da emissão total de CO2

outro tipo de ingrediente, conhecido como filler, que não precisa ser aquecido no forno. O estudo utilizou como filler o pó de calcário cru superfino.

Hoje de 90% a 95% da emissão do CO2 oriundo da produção do cimento acontece na produção do clínquer, que é o resultado da argila e calcário cozida em um forno a 1,4 milºC. O processo também é responsável por mais de 80% do consumo de energia total para a produção do material.

Para reverter o problema, os pesquisadores querem aumentar a quantidade de filler na fórmula. Atualmente, o material compõe de 6% a 10% da mistura. O filler é uma matéria-prima mais simples, que exige menos estrutura e dispensa o forno em uma das etapas da produção.

A pesquisa propõe que o pó de calcário cru seja utilizado na produção do cimento. O desafio é moer o calcário em porções extremamente finas e passar o material por um processo rigoroso de tratamento e controle da qualidade. Tal tecnologia já existe, mas ainda nao é aplicada na indústria do cimento.

A redução do uso de clínquer também substituiria o uso dos fornos, que queimam energia fóssil, por um sistema semelhante ao de moinhos para produção do material.

Hoje, estima-se que a produção de cimento equivala a 5% do total de emissão de CO2 com perspectiva de aumento para 20% em 2020.

Com informações do G1.

Por Redação