PF indicia ministro do Turismo em esquema de laranjas do PSL
Relatório policial de suspeita sobre Marcelo Álvaro Antônio foi enviado ao Ministério Público nesta sexta; se denúncia for aceita, ele se tornará réu
O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), foi indiciado pela Polícia Federal sob suspeita de estar envolvido no esquema de laranjas do PSL.
As investigações partiram de reportagens do jornal Folha de S.Paulo. De acordo com o que a PF apurou, o ministro teria comandado o desvio de recursos públicos por meio de candidaturas femininas de fachada nas últimas eleições.
Assim, nesta semana, Marcelo Álvaro Antônio foi indiciado sob suspeita dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa. As penas variam de três a cinco anos de cadeia.
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O relatório policial com o indiciamento foi enviado nesta sexta-feira (4) ao Ministério Público de Minas.
Ele será base para que o MP decida ou não se oferece a denúncia à Justiça, que, por sua vez, pode ou não aceitá-la. Caso aceite, o ministro se torna réu.
Na tarde desta quinta (3), Marcelo Álvaro Antônio e o presidente Bolsonaro se reuniram. Porém, o conteúdo da conversa entre os dois não foi divulgado.
O presidente vinha dizendo que esperaria conclusões da PF para decidir sobre o futuro do ministro. E que, se concluísse que houve sua participação no episódio do esquema de laranjas, alguma providência seria tomada com relação à permanência de Marcelo no cargo.
Foi em fevereiro que a Folha denunciou que Marcelo Álvaro Antônio, quando era presidente do PSL-MG e candidato a deputado federal, teria desviado verbas públicas por meio de quatro candidaturas no interior de Minas.
Os recursos destinados à campanha de quatro candidatas, no total de R$ 279 mil, resultaram em pífios 2.074 votos.
Parte do dinheiro foi parar em empresas ligadas a assessores ou ex-assessores de seu gabinete na Câmara.
Operações bancárias atípicas em contas de Marcelo também foram detectadas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) do Ministério da Economia, num total de R$ 1,96 milhão entre fevereiro de 2018 e janeiro de 2019.
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