PM admite mortes em Paraisópolis, mas também culpa pais de jovens
Relatório final da Corregedoria cita legítima defesa de PMs e corresponsabiliza pais das 9 vítimas
Relatório da Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo concluiu que as mortes de nove jovens durante baile funk em Paraisópolis, no fim de 2019, decorreram da ação policial.
Além de defender que os agentes envolvidos agiram em legítima defesa como excludente de ilicitude e, por isso, não devem ser punidos, o documento indica os pais como corresponsáveis pela tragédia. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
“Notadamente, todos negligenciaram o ‘pátrio poder’ e subsidiariamente têm suas parcelas de responsabilidades pela omissão na guarda dos menores”, diz o documento.
O relatório, assinado pelo capitão Rafael Oliveira Casella, afirma ainda que os policiais não cometeram crime porque agiram “em legítima defesa própria e de terceiros” após serem atacados com “garrafas, paus, pedras e demais objetos” por uma turba enfurecida.
“Aponto o nexo de causalidade entre a ação dos 31 policiais militares averiguados e a morte das nove vítimas na comunidade de Paraisópolis, porém marco que houve excludente de ilicitude da legítima defesa própria e de terceiros”, diz trecho do documento obtido pela Folha.