PM proíbe soldado de usar farda para pedir namorado em casamento
Segundo o advogado do soldado, há relatos de PMs heterossexuais que pediram seus parceiros e parceiras em casamento usando o uniforme publicamente
A Polícia Militar proibiu o soldado Leandro Prior de usar a farda da corporação para pedir o namorado, Elton da Silva Luiz, em casamento durante a Parada do Orgulho LGBT, que acontecerá neste domingo, 23, na Avenida Paulista, em São Paulo.
A PM alegou que o regulamento interno da instituição não prevê o uso do “fardamento” por agente da PM de folga em “manifestações”. O soldado encaminhou, na última sexta-feira, 14, um documento à instituição solicitando a autorização para utilizar o uniforme. Prior estará de folga no domingo e queria fazer a surpresa durante o evento.
De acordo com informações do G1, o advogado Antonio Alexandre Dantas de Souza, que defende Leandro, declarou que ele e seu cliente ainda vão discutir que medidas tomarão. “Seria algo grandioso, não só para ele quanto para muitos outros. Leandro tem orgulho de ser policial militar. Ele tem orgulho de ser quem ele é e de amar quem ele quiser”, afirmou.
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Segundo o advogado, há relatos de que outros policiais heterossexuais pediram seus parceiros e parceiras em casamento usando o uniforme da PM publicamente, sem pedir sequer autorização superior, e nunca foram repreendidos por isso.
“Leandro reafirmou nesse pedido o orgulho que tem de usar essa farda. Tanto é que pede autorização superior para fazer uso dela num momento que seria especial”, ressaltou Souza.
Em nota divulgada na noite desta quarta-feira, 19, pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), a corporação ainda ressaltou que “não faz distinção de pessoa por sua orientação sexual ou identidade de gênero, incluindo os mais de 80 mil policiais militares de São Paulo”.
Beijo no Metrô
Leandro ficou conhecido em junho do ano passado após um vídeo, gravado sem sua autorização, repercutir nas redes sociais. Nele, o PM aparece fardado e beijando a boca de outro homem, não identificado, dentro do Metrô de São Paulo.
O soldado recebeu xingamentos e ameaças de morte na internet por causa do “selinho”. Na época, ele ficou afastado para cuidar de uma depressão. A Polícia Civil e a Polícia Militar foram acionadas para tomarem providências.
Mesmo sendo vítima de homofobia, ele terá de responder a um procedimento administrativo também na corporação. Segundo a PM, a atitude no metrô não obedeceu a regras de segurança exigidas pela corporação, pois teria deixado o coldre da arma aberto.