Polícia descobre estratégia dos assassinos do Massacre de Suzano
Assassinos cogitaram estuprar as vítimas e usar granadas gigantes
A Justiça de São Paulo autorizou a internação provisória por 45 dias do terceiro suspeito de planejar o massacre em Suzano, ocorrido na Escola Estadual Raul Brasil no dia 13 de março. Esse é o segundo pedido feito pela Polícia Civil para a internação do adolescente, de 17 anos, acatado dessa vez por apresentar mais provas.
Segundo documento assinado por três delegados que investigam o caso, conversas de WhatsApp comprovam que o jovem teve “atividade acessória” no crime apoiando e instigando a ação praticada por Guilherme Taucci Monteiro, 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, 25. No total, dez pessoas morreram, sendo sete dentro da escola, o tio de Guilherme e os dois autores, que cometeram suicídio.
Em uma das conversas no processo, o suspeito admite em conversa de WhatsApp que Guilherme, seu amigo de infância e autor do crime, “fez o que a gente vivia conversando sobre”. Já em outra parte, o jovem detalha como criou o plano, segundo ele quando “estava no 1º ano” do ensino médio.
Com o intuito provocar mais comoção do que o ataque de Columbine, nos Estados Unidos, o menor diz que o plano envolvia despir as garotas, executá-las no meio do pátio e depois posicionar os corpos de “forma humilhante”, “pro crime ficar inesquecível”. Em outro ponto da conversa, ele diz que o amigo cogitou até estuprar as vítimas e usar “granadas gigantes com parafusos”.
Na conversa do dia 18 de outubro do ano passado, que consta na representação feita pela Polícia Civil à Justiça, o suspeito disse que a estratégia se baseava em “alguns jogos”.
“Nos baseamos em alguns jogos para pensar nisso, tipo matar uma galera”, disse o suspeito. Na conversa, ele ainda citou alguns fatos que não ocorreram no massacre: como o uso de granadas e estupros. O rapaz disse ainda que tinha “esboços” sobre o ataque e que iriam morrer “pelo menos uns 15” e elencou a sequência de como as mortes aconteceriam.
Ainda de acordo com o pedido da Polícia Civil, o terceiro suspeito admite que uma das vítimas do ataque era desafeto de Guilherme Taucci: o jovem José Vítor, atingido com uma machadada e que se socorreu sozinho até o hospital. Em outra conversa, ele rebate a pessoa que se disse chocado com o massacre. “Eu não. É uma coisa que eu faria mesmo”, teria dito. “Mano, no mínimo foi planejado. E ele fez igual os meus planos, cara”, diz, posteriormente.
Segundo a polícia, o menor apreendido era amigo próximo de Guilherme, ajudou no planejamento do crime e teria ficado irritado por não ter participado do atentado. No dia do ataque, ele enviou uma mensagem para o assassino. “Teve um tiroteio dentro da escola. Mano dois adolescentes. E eles se mataram. Taucci, um dos atiradores tinha um machado igual ao seu. Agora eu sei que você nunca mais vai fazer aquelas perguntas chatas de ateu. Risadas (kkkkkk). Te odeio”.
O menor também teria ido duas vezes ao estacionamento no centro de Suzano, usado como QG da dupla nos dias que antecederam o crime. Ele tinha uma irmã na escola, que, segundo testemunhas, foi poupada pelos agressores.