Polícia investiga ameaças de estupro contra filha de Manuela D’Ávila

Essa não é a primeira vez que esse tipo de ataque acontece. Em maio, a esposa do vice-prefeito de Porto Alegre divulgou fotos da filha de Manuela

A Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudações (DRCID), da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, passou a investigar as ameaças de morte feitas em redes sociais contra a ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB) e ameaças de estupro a sua filha, Laura, de apenas 5 anos.

Manuela D’Ávila denuncia ameaça de estupro contra sua filha de 5 anos
Créditos: Reprodução/Instagram @manueladavila
Manuela D’Ávila denuncia ameaça de estupro contra sua filha de 5 anos

Manuela D’Ávila registrou a ocorrência em 21 de maio. O delegado André Lobo Anicet, titular da DRCID, não comentou o conteúdo das postagens devido ao “sigilo processual”, mas em 2 de junho, a ex-deputada tornou o caso público e revelou estar sofrendo ameaças de morte e sua filha de estupro.

O delegado, agora afirmou que as investigações estão em etapa inicial e que nela quer identificar os responsáveis pelas postagens.  Anicet explicou que como os agressores ocultaram as reais identidades, a Polícia Civil requereu à Justiça a quebra do sigilo telemático das quatro contas utilizadas para os ataques no Facebook.

“Ainda não se tem a autoria (das ameaças). Demandamos autorização judicial para quebrar os perfis que fizeram isso. Está pendente de apreciação judicial. Quando retornar, vamos tentar identificar quem está por trás desses perfis sem nome”, afirmou o delegado responsável pelo caso.

Quando identificados, será possível enquadrar os responsáveis em pelo menos dois delitos: ameaça e crime contra a honra.

A investigação da Polícia Civil tem foco nas ameaças. “A notícia que ela (Manuela) nos trouxe não tem a ver com a publicação de fotos. Não dá para ter certeza sobre o que desencadeou as mensagens de ameaça. Não se sabe se tem relação. O que nos interessa é chegar na autoria (das ameaças)”, avalia o delegado.

Ao fazer a denúncia nas redes sociais, Manuela contou que  “um pai da escola de Laura (cuja identidade conhecemos, o que torna tudo ainda mais cruel) tirou uma fotografia de Laura e a entregou para os grupos que distribuem ódio nas redes. A partir disso, todo o submundo da internet passou a usar a imagem dela para nos agredir. São muitos anos de violência”.

Essa não é a primeira vez que Laura é vítima de ataques para atingir Manuela. Em maio, a ex-deputada já havia escrito para a esposa do vice-prefeito de Porto Alegre, Ricardo Gomes que divulgou fotos dela com sua filha na reabertura das escolas. As imagens foram parar em grupos bolsonaristas apontando uma suposta “hipocrisia” de Manuela.

“Não nos conhecemos pessoalmente mas desejo que essa carta encontre você e seu filho com saúde. Nossos filhos, Paola, tem a mesma idade. Sei que você sabe que, na última semana, sofri uma violenta campanha de ódio nas redes sociais a partir do uso criminoso da imagem de minha filha em sua escola.

Hoje, Paola, identificamos que o seu telefone foi um daqueles que iniciou a distribuição dessa imagem. Você a distribuiu, repetidas vezes, em diversos grupos em que fazes parte. Grupos de pessoas comuns… trabalhadores, pais, mães. É justamente assim que a extrema direita atua em relação a distribuição de notícias falsas: as divulgando em pequenos nichos.

Você consegue se colocar no meu lugar, Paola? Imagine todas as redes de esquerda divulgando a sua imagem e a de seu filho, no espaço sagrado da intimidade dele?”, questionou Manuela D’Ávila.