Policial que assassinou homem negro em Atlanta é demitido

Assassinato de Rayshard Brooks em Atlanta gera nova onda de protestos antirracistas nos EUA

14/06/2020 13:31

Um policial de Atlanta, nos Estados Unidos, apontado como o responsável pelo assassinato de Rayshard Brooks durante abordagem na última sexta-feira, 12, no estacionamento de um restaurante, foi demitido neste domingo, 14. Outro agente também envolvido no episódio foi transferido para serviços administrativos.

Identificado como Garret Rolfe, ele integrava a corporação desde 2013. Devin Brosnan, contratado em 2018, seguirá prestando trabalhos internos à corporação. As informações foram divulgadas em comunicado pelo sargento John Chafee.

A nova morte de um homem negro após ação policial motivou nova onda de protestos em Atlanta e outras regiões dos EUA. O novo crime de racismo também provocou a saída da chefe de polícia local, Erika Shields, que renunciou ao cargo.

Garret Rolfe, policial que matou jovem negro em Atlanta (EUA) na última sexta-feira, 13, foi demitido neste domingo, 14. Episódio reacende protestos antirrascistas.
Garret Rolfe, policial que matou jovem negro em Atlanta (EUA) na última sexta-feira, 13, foi demitido neste domingo, 14. Episódio reacende protestos antirrascistas.

Entenda o caso

Rayshard Brooks, de 27 anos, foi alvejado pelas costas durante tentativa de detenção em um estacionamento de um restaurante em Atlanta. Ele dormia dentro de seu carro quando foi autuado por policiais, sob a justificativa de estar atrapalhando a entada do drive-thru.

A abordagem, que durou cerca de 40 minutos, foi filmada por câmeras de segurança do estabelecimento. Pelo circuito, é possível ver que Brooks resiste ao momento em que vai ser algemado. Além disso, segundo informações de um escritório de investigação da Geoórgia, durante a abordagem Brooks conseguiu roubar uma arma de choques dos policiais e foi baleado quando a apontou para um dos oficiais.

Em entrevista à imprensa local, o advogado da família da vítima L. Chris Stewart questionou o uso da força desproporcional do agente. “Na Geórgia, um Taser não é uma arma mortal – essa é a lei”. “Acho que o apoio chegou em dois minutos. Ele teria sido preso e preso. Por que você teve que matá-lo?”

Efeito Floyd

Em meio à onda de protestos que se espalharam pelos EUA, e depois em todo o mundo, contra o assassinato de George Floyd, neste sábado manifestantes incendiaram a lanchonete onde Brooks foi baleado. Uma rodovia também teve o tráfego bloqueado durante a ação.

O restaurante começou a pegar fogo por volta das 23h30 do sábado e vídeos das emissoras locais mostravam que o estabelecimento estava em chamas até ao menos às 4 da manhã do domingo.