Pela 4ª vez, polícial stalker é presa por perseguir ex-namorados
A policial descumpriu uma medida protetiva, furou o pneu de carro de seu ex, além de lhe dar duas facadas e uma mordida no peito
A policial civil do Distrito Federal Rafaela Luciene Motta Ferreira, de 40 anos, que ganhou fama como policial stalker, foi presa pela 4ª vez, nesta quinta-feira, 2, após descumprir uma medida restritiva que a proibia de chegar perto de um ex-namorado. Com informações do portal G1.
A Justiça acatou um pedido feito pela corregedoria da Polícia Civil, depois que a policial stalker furou o pneu dos dois carros do seu ex-namorado, além de ter dado duas facadas nele e, ainda, uma mordida em seu peito, no último domingo, 28.
Segundo informações da Polícia Civil, a policial foi ao endereço do ex, que ao notar que Rafaela atacava seus carros, desceu para contê-la. Ele a derrubou no chão e, em seguida, levou duas facadas e uma mordida no peito. A policial foi contida até a chegada da Polícia Militar. O ex-namorado foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros
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Segundo Rafaela, ele se machucou com um canivete ao tentar agredi-la. A policial também nega ter furado os pneus dos carros do ex-namorado. Ele alegou à polícia que já registrou “várias” ocorrências contra Rafaela, inclusive por ela já ter furado o pneu de seus carros.
De acordo com informações da polícia, Rafaela foi presa, na noite desta quarta-feira, na casa de parentes, no Distrito Federal. A policial stalker já havia sido presa outras três vezes por crimes motivados por ciúmes de seus ex-namorados.
Rafaela já foi presa e condenada por crimes cometidos contra ex-namorados. Em 3 de agosto, a policial stalker invadiu a Corregedoria da Polícia Civil para tentar impedir o depoimento de um ex que estava a denunciando e foi detida. Após assinar um termo circunstanciado, ela foi liberada.
A Polícia Civil apreendeu um caderno na casa de Rafaela com ameaças feitas à mão, aos ex-namorados. Em uma das páginas, a policial escreveu: “Vou pagar quantos assassinos de plantão forem necessários para acabar com a vida de todos eles”. A defesa confirmou que o caderno pertence a agente, mas nega que a autoria dos textos seja dela.
Numa denúncia de 2018, a policial é acusada por um ex-namorado de perseguição. Ele alega que Rafaela chegou a ligar para ele 98 vezes, em um dia. Ainda de acordo com o homem, eles se conheceram num aplicativo de relacionamentos.
O Ministério Público do Distrito Federal (MP-DF) apurou que os dois saíram algumas veze, mas o homem não quis continuar a relação por se sentir ameaçado e pediu pra terminar.
De acordo com o processo, em uma das conversas telefônicas, a policial stalker falou que “ele [ex-namorado] não sabia com quem estava mexendo” e que ele estava “mexendo com fogo”. Rafaela ainda teria ameaçado os familiares do ex.
“Acho que você devia ter um pouquinho mais de precaução. Você tem família aqui, você tem pai idoso, tem mãe idosa, eles moram sozinhos. Você tem irmã, tem sobrinho, então para de ser idiota”, teria dito a policial.
Em uma sentença de março de 2020, a policial foi condenada, em primeira instância, por “coação no curso do processo”. Isso quer dizer que Rafaela usou de violência ou ameaça para se favorecer no processo. Nesta ação, a vítima também era um ex-namorado. A agente respondeu em liberdade, recebeu pena restritiva de direitos, mas recorreu da decisão.
Atualmente, a policial está afastada do serviço por uma licença médica.
O corregedor da Polícia Civil, Adval Cardoso, afirmou ao portal G1 que o episódio deste domingo é “constrangedor e lamentável”. Para ele, a policial está “desequilibrada” e, por isso, o pedido de prisão foi necessário. “Infelizmente, ela em liberdade seria um risco para o ex, para outras pessoas e para si própria”, considerou.
Cardoso ainda contou que a policial stalker está presa na carceragem da Polícia Civil, e ainda hoje passará por uma audiência de custódia. A prisão preventiva foi concedida por tempo indeterminado. Após audiência, a policial deve ser encaminhada à Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia.
Além de responder por processos administrativos, a policial stalker teve as armas recolhidas.