Por que João Doria desistiu de se candidatar a presidente?
O ex-governador de São Paulo era apontado como uma das opções do que chamam de "terceira via"
O ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), desistiu de se candidatar a presidente, segundo ele, por conta de pressão interna do próprio partido. Ao que indica, os tucanos decidiram apoiar a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB).
Anúncio da desistência
“Hoje, neste 23 de maio, serenamente entendo que não sou a escolha da cúpula do PSDB. Aceito esta realidade com a cabeça erguida. Sou um homem que respeita o bom senso, o diálogo e o equilíbrio. Sempre busquei e seguirei buscando o consenso, mesmo que ele seja contrário a minha vontade pessoal. O PSDB saberá tomar a melhor decisão no seu posicionamento para as eleições deste ano. Me retiro da disputa com o coração ferido, mas com a alma leve, com a sensação de dever cumprido e missão bem realizada”, disse ex-governador.
Ele ainda aproveitou para dizer que é necessário ter alguém como opção àqueles que não querem votar nem em Lula (PT) ou Bolsonaro (PL).
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“Que não querem aquele que foi envolvido em escândalos de corrupção. E nem aquele que não deu conta de salvar vidas, não deu conta de salvar a economia e que envergonha nosso país em todo o mundo”, falou.
No momento do pronunciamento, o político estava com uma bandeira do Brasil atrás, acompanhado de Bia Doria, sua esposa, e Bruno Araújo, presidente do PSDB, com quem ele teve desatendimentos muito recentemente.
“Terceira via”
Os partidos PSDB, MDB e Cidadania estão juntos e devem lançar a candidatura de Simone Tibet na próxima terça-feira, 24 de maio, justamente chamando a essa junção de “terceira via”, o grupo político que vai enfrentar Lula e Bolsonaro nas eleições de 2022.
Logo depois do pronunciamento de Doria, Simone disse que ele “nunca foi adversário” e sim “aliado”. “Gostaria muito de ter o PSDB e o Cidadania junto conosco. Vamos aguardar a decisão das direções partidárias”, falou ela.
Doria até chegou a vencer as prévias internas no PSDB em novembro de 2021, que culminou em sua renúncia do governo do estado de São Paulo em março deste ano. A expectativa dele era se candidatar ao cargo mais alto do Planalto, porém perdeu o apoio do partido e morreu na praia.