Porteiro que depôs no caso Marielle vive com medo
De acordo com a Veja, o porteiro está "feito um animal acuado" e morando numa área controlada por milícias
A revista Veja localizou o porteiro que citou o presidente Jair Bolsonaro nas investigações da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes.
A reportagem, assinada pelos jornalistas Leandro Resende e Sofia Cerqueira, revela que o homem está afastado do trabalho desde que a história veio à tona, em 29 de outubro.
Ele é o porteiro que afirmou que foi da casa de Bolsonaro que liberaram a entrada do ex-PM Élcio Queiroz, um dos suspeitos do assassinato de Marielle, no condomínio Vivendas da Barra, na zona oeste do Rio de Janeiro, no dia do crime.
De acordo com reportagem, o funcionário está “feito um animal acuado” e morando numa pequena casa com outros 15 parentes numa área controlada por milícias na zona oeste do Rio.
Segundo a Veja, o porteiro estava de férias quando prestou os depoimentos no começo de outubro e já deveria ter retornado ao trabalho. No entanto, diante da repercussão do caso, o condomínio decidiu por prorrogar sua licença e mantê-lo afastado por tempo indeterminado.
Entenda o caso
O porteiro revelou que no dia do crime, horas antes do assassinato, Élcio Queiroz entrou no condomínio dizendo que iria para a casa do então deputado Bolsonaro e que ele ligou para a casa do presidente, e que “seu Jair” liberou a entrada de Queiroz.
O porteiro ainda contou que depois de Élcio entrar, ele acompanhou a ida do carro pelas câmeras de segurança e viu que o carro na verdade parou na casa de Ronnie Lessa, casa 66 e não na de Bolsonaro, casa 58. Segundo o Ministério Público e a Delegacia de Homicídios, Lessa é o autor dos disparos que matou a vereadora e o motorista.
Esse funcionário do condomínio Vivendas da Barra que citou o presidente Jair Bolsonaro em depoimento à Polícia Civil não é o mesmo porteiro que aparece no áudio divulgado pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). Saiba mais sobre o caso.