Preço do dentista faz partido expulsar deputado Marco Feliciano
Feliciano não perde o mandato porque sua saída do partido foi obrigada e não opcional
O partido Podemos decidiu expulsar o deputado Marco Feliciano (SP), nesta segunda-feira, 9, em decisão unânime da direção da legenda em São Paulo. Ele pode recorrer à executiva nacional do partido dentro de um prazo de três dias para tentar reverter a decisão.
Feliciano não perde o mandato de deputado por ter deixado o partido obrigado. Há possibilidade de perda, se houver uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas isso não deve ocorrer.
A principal denúncia contra o deputado, que levou a sua expulsão da legenda, foi o gasto de R$ 157 mil em um tratamento odontológico reembolsados pela Câmara. “Parece-nos, outrossim, importante destacar que entendemos por desproporcional e pouco recomendado que em pleno ano de 2019 um parlamentar ainda se utilize de recursos públicos para fins particulares, vide o caríssimo tratamento (dentário) feito pelo representado e pago com dinheiro do povo”, afirma o parecer do Conselho de Ética do partido, assinado pelo presidente do Podemos em São Paulo, Mario Covas Neto.
- FINALMENTE! BPC está 100% liberado para fazer empréstimo consignado
- Veja como foi o debate do 2º turno entre Lula e Bolsonaro na Globo
- Arthur do Val, conhecido como ‘Mamãe Falei’, renuncia ao mandato de deputado
- Suspeito de matar Marielle Franco diz que já recebeu ajuda de Bolsonaro
Outras questões levaram o partido a expulsar Feliciano. Dentre elas, o apoio amplo, geral e irrestrito ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), acusações de assédio sexual em seu gabinete, pagamento a funcionários fantasmas e pagamento de propina
O partido decidiu expulsar Feliciano por “incompatibilidade programática e comportamento incondizente com as diretrizes” do Podemos. A saída forçada de Feliciano acontece no momento em que a legenda trabalha para se consolidar como força política independente do ‘bolsonarismo’. A estratégia tem funcionado com parlamentares de centro-direita. Só no Senado, o partido passou de cinco para dez senadores nos últimos meses, se tornando a segunda maior bancada.