Prefeito de Palhano (CE) afirma ter sido agredido pela polícia
Segundo o prefeito, policiais agiram com violência durante o Carnaval; PM alega que ele estava bêbado e cuspiu em agentes
Nesta segunda-feira, 24, o prefeito de Palhano, a 127 km de Fortaleza, Dinho Nunes (PT-CE), divulgou um vídeo em seu perfil do Facebook acusando policias de agredi-lo e de agir com violência durante o Carnaval deste ano. Este é mais um episódio de violência no Estado.
“No domingo, um agente da Polícia Civil subiu no palco, transtornado, com uma pistola na mão, e tomou o microfone da cantora”, contou Nunes. “Fui agredido covardemente, pelas costas, por um policial despreparado.”
A polícia disse que o prefeito estava bêbado e que agiu com agressividade e cuspiu nos policiais.
A violência no Ceará aumentou na última semana por causa da paralisação da polícia.
Balas e retroescavadeira
Na quarta-feira, 19, o senador licenciado e ex-governador do Ceará, Cid Gomes (PDT), foi baleado no peito durante um protesto de policiais militares de Sobral, municípios que fica a 230 km da capital, Fortaleza. O parlamentar passou por uma cirurgia e foi liberado no domingo, 23.
Cid, que está licenciado do Senado, foi para Sobral para participar da mobilização de policiais que estão contra a greve extemporânea de parte da categoria por aumento de salários.
Os disparos ocorreram no momento em que o senador tentava invadir, com uma retroescavadeira, um quartel da Polícia Militar que estava ocupado por manifestantes. Momentos antes, Cid fez um discurso com críticas ao movimento de paralisações deflagrado nas últimas horas pela Polícia Militar do Ceará.
Houve uma negociação salarial dos líderes policiais com o governo de Camilo Santana, porém dois dias depois voltaram atrás exigindo 21% de aumento.
Operação de Garantia da Lei e da Ordem
Nesta segunda-feira, 24, o ministro da Justiça Sergio Moro afirmou que “não há uma situação de absoluta desordem nas ruas” e que o Ceará “está sob controle”. A declaração foi dada ao lado do governador Camilo Santana (PT-CE), depois uma reunião para acompanhar a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no estado nordestino.
“As pessoas estão nas ruas. Nós circulamos nas ruas”. disse Moro. “Não existem, por exemplo, saques a estabelecimentos comerciais, nem nada disso”.