Produtor ameaça atrizes por cenas de estupro no litoral de SP
Uma das jovens tem 17 anos
No domingo, 4, uma atriz de 22 anos denunciou assédio e ameaças de um homem que se apresentou como produtor de séries de streaming. Ela desconfiou da proposta e recusou o convite. Depois, o homem a chamou de “metida” e “arrogante”, disse que ia “caçá-la” e que iria “ter guerra”.
Com a primeira denúncia, vieram outras. O suposto produtor, além de ofender e ameaçar, pediu cenas de estupro com o rosto da garota aparecendo na cena. O caso aconteceu em Praia Grande, no litoral de São Paulo.
Uma das jovens que ele contactou é uma adolescente de 17 anos. Ela registrou boletim de ocorrência sobre o caso nesta segunda-feira, 5.
- 73% das brasileiras temem assédio no carnaval. Saiba como se proteger
- Bolsa Atleta traz notícia especial para mulheres no esporte
- Saiba tudo sobre a polêmica de Johnny Depp no Festival de Cannes
- Lula determina que delegacias da mulher fiquem abertas 24h
Mesmo sem saber dos outros casos, ela estranhou o comportamento do produtor e não aceitou a proposta. A partir daí, como ocorreu com as outras mulheres, ele passou a fazer ameaças e a ofender.
“Ele é muito perigoso. Eu levei um susto ao passar por essa situação, foi um baque. Quando isso tudo aconteceu eu passei o resto do dia sem comer. E como meu relato sobre o ocorrido chegou a tantas mulheres e muitas me procuraram, acho que expor isso é uma questão de dar força para outras meninas que passarem por isso também não se calarem”, disse a jovem ao G1.
Segundo o relato ao site, ele afirmou que a mãe dela era uma “fracassada”, que a adolescente era “favelada” sem caráter e disse que destruiria a carreira da moça.
A polícia investiga o caso.
Como denunciar importunação sexual e assédio
O Código Penal estabelece, no seu artigo 215-A, como importunação sexual “praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro”. E prevê uma pena de reclusão de 1 a 5 anos, em caso de condenação. Em razão dessa pena máxima estipulada em lei, acusados desse crime podem, em tese, ser presos em flagrante.
Nos crimes contra a dignidade sexual (como o estupro e a importunação sexual) é necessário fazer o boletim de ocorrência para que as investigações ocorram e, mais a frente, o Ministério Público possa acusar o agressor. Não há mais a necessidade da chamada “representação” (manifestar o desejo de ver o agressor processado) para esse tipo de crime. Ainda assim, apesar do Ministério Público ser o responsável por processar o agressor, a vítima pode buscar assessoria jurídica para ter apoio e se sentir segura durante todos os procedimentos necessários.