Professor da USP chama LGBTs de aberração e é contra miscigenação
Em sua aula inaugural na Faculdade de Direito, Eduardo Lobo Botelho Gualazzi distribuiu material preconceituoso
Cinco anos depois de defender em sala de aula o Golpe Militar de 1964, e viralizar nas redes sociais por ser interrompido por um grupo de alunos bem informados e mais conscientes, o professor Eduardo Lobo Botelho Gualazzi, associado à Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), resolveu passar outra vergonha.
Em sua aula inaugural na última segunda-feira, 25, Gualazzi distribuiu material aos alunos em que se refere a casais LGBTs como aberração; critica a miscigenação de raças ao afirmar que o padrão ideal de família conjugal seria aquela constituída pela união de um homem com uma mulher da mesma etnia; e ainda chama os mais pobres de “eterna minoria do submundo que se recusou a trabalhar e produzir qualquer bem”.
No mesmo documento, Gualazzi defendeu a época da Ditadura Militar no Brasil e se utilizou de trechos de discursos do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para defender seus argumentos. O texto revoltou alunos e gerou diversos protestos nas redes sociais.
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O Centro Acadêmico XI de Agosto, entidade responsável por representar os alunos de direito da universidade, emitiu uma nota de repúdio ao professor. “O uso de trechos do discurso de Jair Bolsonaro para reiterar seus posicionamentos homofóbicos e racistas é mais uma reafirmação de que a eleição de Bolsonaro à Presidência da República representou a legitimação de posicionamentos que atacam as minorias sociais do Brasil, reafirmando seu discurso antidemocrático e anti-povo”, diz a nota oficial.
GOSTA DE PASSAR VERGONHA
Em março de 2014, o mesmo professor viralizou nas redes sociais ao defender a Ditadura Militar no Brasil durante uma sala de aula, e ser interrompido por um grupo de alunos com mais consciência de seu própria história do que ele.
Relembre:
CRIMINALIZAÇÃO DA HOMOFOBIA
É por pessoas como o professor Gualazi que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) precisaram parar seus afazeres da rotina para decidir se a homofobia deve ser criminalizada ou não. Em qualquer nação democrática e minimamente séria, seria inconcebível um magistrado destilar preconceito de ódio em sala de aula e sair impune.