Professora acusada por agressão torna-se alvo de ódio na internet
Com informações de O Estado de S. Paulo
A força da internet e das redes sociais pode ser usada para o bem e para o mal. Um caso de polícia ocorrido em outubro deste ano é mais uma prova de que as pessoas, por trás de suas telas, não têm medo de expor seus sentimentos e opiniões e são capazes de criar tanto movimentos de paz, como também, de ódio. Em defesa daquilo em que acreditam, usam as redes como ferramenta para extravasar seus posicionamentos, sem necessariamente considerar as possíveis consequências.
O caso em questão envolve duas possíveis vítimas: uma criança de apenas 2 anos de idade e sua professora da rede municipal de ensino. Acusada de dar chineladas no aluno, a docente foi agredida fisicamente pela mãe da criança, que alega ter visto a cena pessoalmente quando foi buscar seu filho na escola. Apesar de a professora negar, a repercussão nas redes sociais, após a avó da criança postar sobre a suposta agressão, está amedrontando a docente, que está sendo ameaçada, inclusive de morte.
O texto da avó na rede social ainda afirma que “todas as professoras da escola batem nos alunos com anuência da diretoria”. As mensagens de ódio contra a professora já chegam a dezenas: “Vamos lá dar um pau nela… quem sabe assim ela pensa duas vezes antes de bater numa criança”; “Tem que ir lá e quebrar ela todinha”, outra; “(…) Se fosse eu, acabaria com a vida dela” foram algumas delas.
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Em sua defesa, a docente, que não quer se identificar por medo das represálias, afirma que estava com outras quatro atendentes na sala, quando pegou um par de chinelos e bateu um no outro para chamar a atenção da classe. Nesse momento, segundo ela, a mãe entrou na sala, xingando-a e agredindo com tapas e socos.
A professora passou por exame de corpo de delito e, assim como a mãe da criança, também registrou ocorrência na polícia.
A Secretaria de Educação informou que abriu sindicância para apurar o caso. A Polícia Civil informou que apura tanto a denúncia da mãe, quanto as agressões e ameaças sofridas pela professora. Os responsáveis pelas mensagens de ódio na web também serão chamados a depor.