Professora transforma sexting em projeto de valorização das mulheres

Caso em que garota enviava fotos nuas para colegas foi estopim para que professora do DF criasse o projeto interdisciplinar “Mulheres Inspiradoras”

Para quem é professor, prender a atenção de dezenas de adolescentes por longos períodos não é uma tarefa fácil – principalmente, nos dias atuais, em que, para cada aluno, há também um smartphone presente em sala de aula. E, se os aparelhos estiverem sendo usados para transmitir mensagens de conteúdo erótico e depreciativo para as mulheres, a situação pode realmente fugir do controle.

Se o uso de smartphones é frequente em salas de aula, o sexting não poderia faltar. Para incentivar a valorização das mulheres – maiores assuntos das mensagens com conteúdo erótico – a professora do DF usou a criatividade.
Se o uso de smartphones é frequente em salas de aula, o sexting não poderia faltar. Para incentivar a valorização das mulheres – maiores assuntos das mensagens com conteúdo erótico – a professora do DF usou a criatividade.

Era esse o cenário que a professora Gina Vieira Ponte encontrou com a turma do oitavo ano do Centro de Ensino Fundamental 12, em Ceilândia-DF.  Uma aluna de 13 anos gostava de enviar vídeos em que ela dançava com poucas roupas. O material se espalhava e gerava comentários hostis dirigidos não só a ela, mas também às mulheres no geral.

A professora revolveu, então, criar um projeto de valorização das mulheres chamado “Mulheres Inspiradoras”. O trabalho era dividido em duas fases. Na primeira, os alunos tiveram que ler seis livros de autoras famosas, como “Quarto de Despejo”, da brasileira Carolina Maria de Jesus, “Eu Sou Malala”, da paquistanesa Malala Yousafzai e “Diário de Anne Frank”.

Depois, eles produziram seus próprios textos, contando as histórias de mulheres notáveis da história, de personagens de suas comunidades ou até mesmo de parentes. Segundo a professora, dos 187 alunos da turma, 110 chegaram até o final do projeto. Em entrevista, ela conta que eles perceberam o valor não só das mulheres que já conheciam, mas também das que descobriram ao longo do projeto.

Professores inspiradores

No papel de formadores de seres humanos, os professores são importantes em vários momentos do aprendizado. Separamos alguns professores que já passaram pelo Catraca Livre por terem se destacado não apenas nas salas de aula, mas também fora delas. Confira.

Professor atravessa rio a nado para dar aula

Há 20 anos, a rotina do professor indiano Abdul Mallik é bem dura. Para chegar até a escola em que dá aulas, ele precisa passar pela aventura de atravessar um rio a nado e, depois, ainda caminhar 10 minutos colina acima.

Brasileiro percorre o mundo de bicicleta para dar aula a crianças

Entre 2001 e 2005, o arquiteto Argus Caruso viajou de bicicleta por 28 países espalhados por cinco continentes. Seu objetivo era ensinar crianças mundo afora, registrar e narrar suas aventuras em seu site.

Escola grátis que funciona debaixo de uma ponte leva educação a crianças pobres da Índia

Quando o jovem indiano Rajesh Kumar Sharma se viu obrigado a abandonar a faculdade devido a dificuldades financeiras, ele se prometeu que faria o possível para impedir que outras pessoas passassem pela mesma situação. Hoje, com 40 anos, ele comanda uma escola gratuita para crianças pobres em Nova Déli, na Índia, que funciona sob uma ponte do metrô.

Professora faz corações artesanalmente e doa sentimentos

Você, certamente, já ouviu a falar em doação de órgãos, mas já tinha escutado algo sobre doação de sentimentos? Há cerca de dois anos, é isso que um projeto surgido em São Bernardo do Campo, na região do ABC, tem proposto.

Em janeiro de 2012, a professora Renata Stort começou a se questionar sobre uma frase que ela – e muitas outras pessoas – ouviu incontáveis vezes quando criança: “não fale com estranhos”. Desde então, além de pensar em mudar a antiga recomendação de não falar com desconhecidos nas ruas, a professora decidiu fazer algo mais.