Usar a maneira das crianças verem o mundo como forma de melhorar a qualidade das ruas. Este é o jeito que a cidade de Boulder, em Colorado, nos Estados Unidos, encontrou para realizar melhorias em um de seus pavimentos. Segundo os criadores do projeto, os pequenos vivenciam o ambiente de uma forma diferente dos adultos, já que eles geralmente se atentam a detalhes que os “grandes” não percebem pelo caminho.

Chamado de “Caminhadas Laboratoriais”, a ideia é um projeto colaborativo entre vários órgãos e instituições da cidade, como a pré-escola Boulder Valley School District. O objetivo é trazer vozes e olhares das crianças para um planejamento de transporte multimodal. Os laboratórios têm sido realizados para que os pequenos documentem os prós e os contras na construção e na acessibilidade do local. Com isso, as crianças colocam em prática seus direitos de cidadania.

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Com a altura média de uma criança em fase pré-escolar (cerca de 1,14 m), o ponto de vista do ambiente em que ela se encontra é diferente se comparado ao de uma pessoa alta. Os carros podem parecer muito maiores e lixos e outras obstruções, por exemplos, devem se destacar mais para os pequenos do que para os adultos.

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A escola infantil Boulder Journey School, voltada para crianças de até seis anos, está localizada dentro de uma área de estudo das “Caminhadas Laboratoriais” da cidade. Professores e estudantes da instituição participaram do projeto para colaborarem com opiniões a respeito do que foi aprovado e do que fez com que se sentissem inseguros na rua.

Durante o processo da caminhada, as crianças disseram ter sido atraídas por pinturas e cores usadas ao longo da rua, como também uma variedade de texturas no ambiente, como a graxa, o cimento e o cascalho. Além do ponto de vista detalhista, as crianças percebem o local onde se encontram através de uma visão de brincadeira. No caso da rua em questão, elas relataram que gostariam de pular poças de água, descer e subir calçadas e escalar os meios-fios. Para isso, as crianças citaram detalhes que viram como problemas para que eles pudessem apreciar ou explorar com segurança o ambiente. Lixos jogados pela rua, grafites feitos em placas de trânsito, fezes de cachorros no chão, placas de trânsito derrubadas e calçadas quebradas foram alguns dos pontos negativos relatados pelos pequenos observadores.

Através de ricos detalhes captados através de experiências sensoriais, este projeto pretende apresentar recomendações tangíveis aos administradores da cidade. Assim, perspectivas de crianças pequenas podem acrescentar não somente na acessibilidade das ruas, mas também na qualidade de interações com os ambientes físico e natural.

Com informações de Child in the City