Projeto de lei propõe retirada de estátuas escravocratas das ruas de SP
A proposta é da deputada Erica Malunguinho (PSOL) e ocorre em meio à discussão sobre estátuas como a de Borba Gato
A deputada estadual Erica Malunguinho (PSOL-SP) protocolou ontem, 24, um projeto de lei que propõe a retirada de monumentos que prestem homenagens a figuras históricas escravocratas das ruas da capital paulista, como a do bandeirante Borba Gato.
De acordo com a proposta, monumentos, estátuas e bustos “que prestem homenagem a escravocratas ou eventos históricos ligados a prática escravagista devem ser retirados de vias públicas e armazenados nos museus estaduais, para fins de preservação do patrimônio histórico”. A informação é do jornal Estado de S. Paulo.
Além da retirada das estátuas, o projeto de lei prevê ainda a substituição dos nomes de prédios públicos que homenageiem escravocratas em um período de até um ano.
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Segundo a deputada Erica Malunguinho, as medidas adotadas no Brasil para reparação histórica e promoção da igualdade racial foram insuficientes – ‘principalmente no que diz respeito à ampliação do direito à história e à memória’.
O projeto surge em meio a discussão nas redes sociais sobre a presença de estátuas de bandeirantes, como a de Borba Gato, na avenida Santo Amaro, após a onda de protestos pelo mundo contra o racismo e a violência policial desencadeada pela George Floyd.
Na cidade de Bristol, no Reino Unido, manifestantes derrubaram a estátua de Edward Colston, negociante de escravos do século 17, e a jogaram em um lago.
https://twitter.com/willwantwrites/status/1269653693131087873?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1269653693131087873%7Ctwgr%5E&ref_url=https%3A%2F%2Fcatracalivre.com.br%2Fcidadania%2Fna-inglaterra-manifestantes-destroem-estatua-de-traficante-de-escravos%2F
Na Bélgica, várias estátuas do rei Leopoldo II, o sanguinário colonizador da República Democrática do Congo, foram manchadas com tinta vermelha e uma petição agora pede para que todas sejam retiradas. Nos Estados Unidos, os alvos têm sido as estátuas de líderes confederados, que defendiam a escravidão na Guerra de Secessão (1861-1865).