Promotora de MG recebe 200 mil assinaturas sobre Brumadinho
A petição pede a responsabilidade civil e criminal da Vale pelo desastre ocorrido no final de janeiro
Mais de 200 mil pessoas assinaram uma petição na Change.org pedindo a responsabilidade civil e criminal da Vale pelo crime ambiental ocorrido em Brumadinho no final de janeiro, e a mobilização não tem sido em vão: na última quarta-feira, 14, o Ministério Público de Minas Gerais recebeu as assinaturas como demonstração de que estão ouvindo a sociedade.
O criador do abaixo-assinado, o advogado carioca Pedro Barros, foi recebido pela promotora Luciana de Paula, coordenadora do Grupo Especial de Defesa da Fauna do Ministério Público de Minas Gerais, que faz parte da força-tarefa responsável pelo caso de Brumadinho.
Luciana explicou que a força-tarefa sobre Brumadinho está sendo dividida em três núcleos (socioambiental, socioeconômico e criminal), e, por isso, há a possibilidade das assinaturas serem anexadas a um dos inquéritos em tramitação. “Essas 200 mil pessoas são um contingente grande de pessoas que manifestaram sua indignação, que reforçam e nos dão mais força ainda para atuar nesse caso específico”, disse a promotora durante a reunião. “A atuação do Ministério Público é automática, já decorre do fato, nós vamos sempre atuar. Mas essa materialização é considerada. Isso é do tamanho de uma cidade, nós temos uma cidade de porte médio aqui que saiu do seu conforto e tomou uma atitude para se manifestar”, complementou.
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Pedro, responsável pela petição, se diz satisfeito com a impressão positiva que a mobilização causou no MP. “Além de termos sido muito bem acolhidos, as respostas que a promotora nos deu demonstram que a instituição está 100% comprometida com a responsabilização da Vale”, disse o advogado. “As pessoas precisam rememorar as causas da tragédia e cobrar de seus representantes eleitos a manutenção das formas de proteção ao meio ambiente e licenciamento ambiental”, complementa.
Confira o abaixo-assinado no link: www.change.org/Brumadinho
De acordo com a promotora, o órgão está intensificando a fiscalização em relação a outras barragens para evitar desastres similares, além de buscarem uma possível restauração do dano ambiental ocorrido e que a responsabilização socioeconômica decorra da própria Vale. “O que pedimos para a sociedade agora são essas atitudes de demonstrar sua indignação, de prestar suporte às vítimas, mas a questão financeira precisa ser assumida pela empresa”, declarou Luciana, reforçando também que as primeiras doações de 100 mil reais feitas pela Vale aos atingidos ainda não configura nas indenizações, as quais ainda serão fixadas com a finalização do processo.