Queda de ministro de Bolsonaro mostra importância da imprensa
A jornalista Eliane Cantanhêde foi vítima de ataques na web e desmentida pelo próprio presidente; duas semanas depois, surge a prova de que ela tinha razão
No último dia 27 de março, uma quarta-feira, a jornalista Eliane Cantanhêde teve sua reputação e anos de experiência no jornalismo colocados em julgamento por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Isso porque ela anunciou na GloboNews a decisão de Bolsonaro em demitir o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodrígues.
Poucas horas após o anúncio, o próprio presidente usou o Twitter para negar as afirmações de Cantanhêde, e ainda se disse vítima de fake news.
- Bahia: 3 lugares baratos para viajar e se encantar
- Composição sanguínea do cordão umbilical explica o autismo
- Entenda a relação entre a queda de cabelo e falta de vitaminas
- Você pode ser autista, e não sabe: conheça 5 sinais de autismo que podem ser percebidos na fase adulta
“Sofro de fake news diárias. A mídia cria narrativas de que não governo, sou atrapalhado, etc. Você sabe quem quer nos desgastar para se criar uma ação definitiva contra meu mandato no futuro”, escreveu o presidente.
Menos de duas semanas após a polêmica, o presidente decidiu, por fim, na manhã desta segunda-feira, 8, demitir Vélez do cargo. Bolsonaro anunciou o Professor Abraham Weintraub para ocupar o ministério, e agradeceu ao Vélez pelos serviços prestados.
Durante todo o período eleitoral, em 2018, e no primeiro trimestre de sua gestão, em 2019, Bolsonaro tem atacado a imprensa de todas as maneiras. Afirma que os veículos de comunicação disseminam fake news, são imparciais e não confiáveis.
Há duas semanas, escrevi que o fato de Bolsonaro manter Vélez no cargo de ministro da Educação seria apenas para tentar atingir a imprensa. E, aparentemente, eu não estava errado.
A demissão de Vélez seria uma das decisões mais acertadas do atual governo. O colombiano não apresentou nenhuma proposta interessante e coerente para a área da educação, e já estava mais do que na hora de sair. Bolsonaro preferiu mantê-lo por mais duas semanas a dar créditos a uma jornalista.
Eliane Cantanhêde tem mais de 40 anos de carreira, e fontes confiáveis dentro do governo e entre os militares. Seu furo jornalístico colocou em cheque o desgaste que o presidente tenta criar entre povo e imprensa.
Em tempo: o dia 7 de abril é marcado pelo Dia do Jornalista. Apesar de não termos muito o que comemorar na atual situação, o furo de Cantanhêde se faz como um presente para todos os colegas de profissão.
#ElianeCantanhêdeTinhaRazão