‘Queiroz parecia ser mantido refém’, diz investigador à Globonews
Segundo o investigador, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro não apresentou resistência à prisão
Segundo um investigador afirmou ao jornalista Bruno Tavares da GloboNews, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro, sumido há mais de um ano, Fabrício Queiroz “parecia ser mantido refém”, no imóvel em Atibaia, no interior de São Paulo, onde foi preso, na manhã desta quinta-feira, 18.
“Os investigadores ficaram com a impressão quando chegaram para o cumprimento desse mandado que ele estava ali como um refém, sendo protegido e ele não reagiu a prisão. Foi uma surpresa para ele. É claro, como eu disse, existia uma suspeita. Os advogados imaginavam que isso poderia ocorrer, é claro que quando ocorre é sempre uma surpresa. Ele não reagiu e os investigadores notaram esse comportamento, como se ele vivesse alí. Mais uma vez, a expressão que eu ouvi de policiais e promotores: ‘como refém’ dessa turma porque imaginavam que ele pudesse ser preso”, afirmou Bruno Tavarez.
“Importante também, para que as pessoas lembrem o perfil de Fabrício Queiroz, ele é policial militar aposentado, ex-assessor e ex-motorista do atual senador Flávio Bolsonaro e a investigação entrou em cena, passou a ser muito falada, quando investigadores, promotores descobriram que ele movimentou R$ 1,2 milhão na conta dele, de maneira atípica. Ele chegou a declarar que esses recursos era provenientes de vendas de carro, mas os promotores e policias nunca acreditaram nessa versão, hoje então, essa prisão decretada pela Justiça do Rio de Janeiro”, finalizou o jornalista Bruno Tavares da Globonews.
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Entenda o caso:
Queiroz estava em um imóvel de Frederick Wasseff, advogado de Flávio Bolsonaro e do próprio Jair Bolsonaro, e foi levado para unidade da Polícia Civil no Centro da capital paulista, onde passa por exame de corpo de delito. Queiroz será levado para o Rio de Janeiro, onde deve prestar depoimento para a Justiça do estado, que expediu seu mandado de prisão.
De acordo com relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira considerada “atípica”, enquanto trabalhava para o filho para Flávio Bolsonaro na época em que ele era deputado estadual no Rio. Ele foi exonerado no final de 2018.
Queiroz foi preso a partir de mandados de busca e apreensão expedidos pela justiça do Rio de Janeiro, num desdobramento da investigação que apura esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
A pedidos de Flávio Bolsonaro, em 2019, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, chegou a suspender o procedimento investigatório criminal do Ministério Público Estadual do RJ que apura as irregularidades envolvendo Queiroz na Alerj. As investigações envolvem um relatório do Coaf, que apontou operações bancárias suspeitas de 74 servidores e ex-servidores da Alerj. Recursos usados para pagar funcionários na Alerj voltavam para os próprios deputados estaduais.
A movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz ocorreu, segundo as investigações, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, incluindo depósitos e saques.