Quem é e a quem agrada Milton Ribeiro, novo ministro da Educação
O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta sexta-feira a nomeação de Carlos Milton Ribeiro como novo ministro da Educação
O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta sexta-feira, 10, a nomeação de Carlos Milton Ribeiro como novo ministro da Educação. O cargo no Ministério da Educação (MEC) estava vago desde a saída de Abraham Weintraub, em junho. Carlos Alberto Decotelli chegou a ser nomeado, mas não chegou a tomar posse após inconsistências serem encontradas em seu currículo.
O pastor será o quarto ministro da pasta em 1 ano e meio de governo Bolsonaro. Além de Weintraub e Decotelli, Ricardo Vélez Rodríguez também havia comandado o ministério por menos de quatro meses.
Quem é Milton Ribeiro?
Segundo o currículo acadêmico na plataforma Lattes, Milton Ribeiro é graduado em Teologia e Direito, fez mestrado em Direito e doutorado em Educação — essa última formação pela Universidade de São Paulo, em 2006.
O pastor também é membro do Conselho Deliberativo do Instituto Presbiteriano Mackenzie, mantenedora da Universidade Presbiteriana Mackenzie, da qual foi vice-reitor e reitor em exercício.
Não é a primeira vez que o pastor Ribeiro integra o governo Bolsonaro. Em 2019, ele foi nomeado para integrar a Comissão de Ética Pública da Presidência, grupo que é responsável por apurar a conduta de servidores públicos federal e analisar possíveis conflitos de interesse no serviço público.
A comissão não tem poder punitivo, ela pode recomendar exonerações ou aplicar sanções administrativas, entre as quais a censura ética, que “mancha” o currículo do servidor.
A quem agrada Milton Ribeiro?
No governo Bolsonaro, o MEC é um dos ministérios que mais sofrem a influência da ala ideológica do governo, que segue o ideólogo e astrólogo Olavo de Carvalho. Milton Ribeiro agrada essa ala do governo, assim como Weintraub.
A ligação de Milton Ribeiro com a igreja evangélica também agrada a bancada evangélica no Congresso Nacional, o que coloca sua nomeação mais favorável ao setor mais conservador do atual governo.
Bolsonaro, desde quando foi eleito diz que o MEC deve “deixar de lado” temas relacionados ao que ele chama de “ideologia de gênero” e “ideologia voltada para o desgaste dos valores familiares”. Para ele, Paulo Freire, patrono da educação no Brasil é um “energúmeno”. Freire é o autor do único livro brasileiro a aparecer na lista dos 100 títulos mais pedidos pelas universidades de língua inglesa consideradas pelo projeto Open Syllabus.