Quem é Frederick Wassef, o “anjo” que escondeu Fabrício Queiroz

Operação "Anjo", que levou à prisão de Fabrício Queiroz, fez referência ao apelido dado pelo clã Bolsonaro a Frederick Wassef

18/06/2020 13:53 / Atualizado em 23/06/2020 16:10

Em meio aos desdobramentos da operação que prendeu Fabrício Queiroz na manhã desta quinta-feira, 18, em Atibaia (SP), o nome do advogado Frederick Wassef ganhou destaque no noticiário.

Reportagem publicada pelo jornal O Globo descobriu que a operação, batizada de anjo, faz referência ao apelido dado a Wassef pela família Bolsonaro.

Mas, afinal, quem é Frederick Wassef, que manteve Fabrício Queiroz preso em sua casa em Atibaia por quase um ano, em um endereço identificado como seu escritório ?

Representante jurídico de Flávio Bolsonaro desde junho do ano passado, Wassef foi responsável por conseguir suspender todas as investigações que se baseavam em dados do Coaf, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, também atua como advogado de Jair Bolsonaro no caso Adélio Bispo.

A relação entre Wassef e a família Bolsonaro, no entanto, se estreitou ainda na corrida eleitoral à presidência. Durante a campanha, o advogado era presença frequente na casa de Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro. Proximidade que hoje repercute no governo federal, já que Wassef teria apresentado o empresário Fábio Wajngarten, secretário de Comunicação da Presidência (Secom), ao presidente.

Em entrevistas à imprensa, Fred Wassef negava ter qualquer informação sobre o paradeiro do ex-assessor de Flávio Bolsonaro. –  Foto: Reprodução/TV Globo
Em entrevistas à imprensa, Fred Wassef negava ter qualquer informação sobre o paradeiro do ex-assessor de Flávio Bolsonaro. –  Foto: Reprodução/TV Globo

Do Rio ao Palácio da Alvorada

Hoje, Wassef se faz presente em Brasília. Na última quarta-feira, 17, esteve entre os convidados da cerimônia de posse do novo ministro das Comunicações, Fábio Faria. Na ocasião também estava presente Jair Bolsonaro.

Wassef e Jair Bolsonaro estiveram juntos, no Palácio da Alvorada, em outras ocasiões recentes. Em abril, após a demissão de Sérgio Moro, quando surgiu a polêmica sobre a escolha do novo diretor-geral da Polícia Federal.

A atuação de Wassef como advogado principal em causas é pouco recorrente. De acordo com a reportagem do Globo, Wassef tem maior atuação nos bastidores, oferecendo suporte a clientes em casos que envolvem policiais. Sobretudo por ser um notável defensor das “ações mais efetivas da polícia”. De comportamento discreto, é visto principalmente entre Brasília e Rio, ainda que seu escritório fosse mantido em Atibaia.