Quem era o atirador que matou 21 pessoas em escola dos EUA?
Segundo informações de conhecidos, o jovem sofria de bullying na escola e enfrentava graves problemas familiares
O atirador responsável por matar 21 pessoas em uma escola do Texas, nos Estados Unidos, foi identificado como Salvador Ramos. O jovem, que havia acabado de completar 18 anos, comemorou a data postando foto de fuzis que tinha comprado no último domingo, 22 de maio.
Bullying na escola
Pessoas próximas ao jovem contaram à imprensa norte-americana que ele sofria bullying na escola por ser gago, o que causou um certo desânimo do garoto em ir para a escola, faltando muitas aulas e resultando na possível reprovação dele neste ano no colégio.
Ainda na escola, ela chegou a se envolver em brigas. Existem pelo menos cincos registros de situações em que ele saiu no soco com outros estudantes. No ensino médio passou a se vestir de preto e usar botas miliares, além de deixar o cabelo crescer. Em um determinado momento, usou delineador nos olhos e virou alvo de comentários homofóbicos.
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Na noite ele costumava sair com um amigo para atirar ovos em outros carros. Ele também já havia usado arma de ar comprimido para tirar aleatoriamente contra pessoas na rua. Fissurado por armas, ele não fazia questão de esconder a vontade de ter um armamento pesado. Pouco tempo atrás, postou fotos de fuzis automáticos e falou que estavam em sua lista de desejos.
Problemas familiares
Os problemas familiares eram expostos nas redes sociais. Em uma das mensagens postadas, ele brigava com a mãe, que estava tentando expulsá-lo de casa. “Ele estava gritando e falando com ela de modo realmente agressivo”, contou uma amigo de Ramos para o jornal The Washington Post.
De acordo com relatos de vizinhos, a mãe tem problemas com o uso de drogas. Já havia alguns meses que ele tinha se mudado para morar com a avó, essa mesma que tinha objetivo de despejar a mãe do jovem. Segundo a polícia, antes do tiroteio, ele atirou contra ela. A senhora precisou passar por uma cirurgia após ser atingida na testa.
Rolando Reyes, de 72 anos, avô do atirador, falou à ABC News que não tinha conhecimento do que o neto tinha adquirido armas e que ele agiu normalmente nos dias que antecederam o massacre.
O caminho até o massacre
Depois do disparo contra a própria avó, Ramos pegou um picape e saiu dirigindo, mesmo não sendo habilitado. Ele bateu em um carro durante a rota e desceu próximo a escola, com a roda de trás danificada. O jovem deixou um dos fuzis no veículo e entrou na instituição de ensino com o outro, além de uma pistola e vários cartuchos de munição. O estudante vestia um colete de proteção contra balas.
De acordo com a polícia, ele entrou em uma sala de aula e montou ali uma barricada, de onde atirou contra os alunos, professores e policiais que tentavam contê-lo.
A polícia foi acionada por uma testemunha que viu o atirador entrando no local armado. Os primeiros policiais a chegar foram recebidos a tiros. Na sequência, vieram mais guardas, que tentaram fazer a evacuação de alunos o mais rápido possível, inclusive quebrando janelas.
Como aconteceu o tiroteio?
O senador estadual, Roland Gutierrez disse com base em informações da polícia, que o atirador tinha 18 anos e era morador da cidade de Uvalde. Ele entrou na instituição de ensino por volta de 9h30 (horário de Brasília) armado com dois rifles estilo militar.
A polícia local disse que o atirador agiu sozinho. “A investigação está nos dizendo que o suspeito agiu sozinho neste momento”, falou o chefe de polícia do Distrito Escolar Independente de Uvalde, Pete Arredondo.
A tragédia se tornou o terceiro massacre mais mortal em uma escola na história moderna dos Estados Unidos. Segundo a contagem feita pela Education Week, apenas esse ano já foram registrados 27 tiroteios em escolas K-12 (ensino infantil até o ensino médio). Com mais um na conta, o número caminha para ser maior que do ano passado, em que foram registrados 34 ataques com armas às escolas do país.
Apelo por leis mais rígidas ao porte de armas nos EUA
O incidente serviu como uma demonstração da epidemia nacional de violência armada que assola o país. O apelo por leis mais rígidas sob o porte de armas nunca esteve tão presente como agora. Em tempo, na próxima sexta-feira, 27 de maio, acontece em Houston, o encontro anual da National Rifle Association, um dos grupos políticos e de organizações de defesa de armas mais poderosos no país.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que tinha voltado recentemente de uma viagem à Ásia, falou sobre novas restrições para o sistema armamentista e comentou emocionado a respeito do tiroteio.
“Estou cansado disso”, falou ele em uma coletiva de imprensa. “Temos que agir. E não me diga que não podemos ter um impacto nesta carnificina.”
O presidente ainda colocou: “Como nação, temos que perguntar – quando, em nome de Deus, vamos enfrentar o lobby das armas? Quando, em nome de Deus, faremos o que todos sabemos que precisa ser feito?”.