“Quem está errado que fique nervoso”, diz fiscal após ataque viralizar
Flávio Graça é superintendente de educação e projetos da Vigilância Sanitária, médico-veterinário, mestre e doutor pela UFRRJ
“Quem está errado que fique nervoso”, afirmou Flávio Graça, o fiscal da Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro que viralizou após o programa Fantástico, da TV Globo, exibir imagens dele sendo ofendido por frequentadores de um bar na capital fluminense, neste final de semana.
O caso que viralizou ocorreu na noite do último sábado, 4, durante blitz da Vigilância Sanitária a bares da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Nas imagens do Fantástico, Flávio Graça, conduzia a operação e aparece sendo ofendido por um casal. “Cidadão não, engenheiro civil formado, melhor do que você”, diz a mulher.
O fiscal é superintendente de educação e projetos da Vigilância Sanitária, médico-veterinário, mestre e doutor pela Universidade Federal Rural do Rio (UFRRJ). Em entrevista ao jornal ‘Extra’, Flávio disse que não ficou ofendido com as agressões que sofreu enquanto trabalhava.
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“Não cabe mais no Brasil o “Você sabe com quem está falando?”. Isso está ficando cada vez mais banido. Todo cidadão contribui com seus impostos para justamente nós o protegermos. Esse foi o princípio da cidadania que eles não exerceram. Ela achou que cidadão é ofensa e não é. Quando eles falam aquilo, não nos atingem. Todos são formados e com curso superior. Ficou feio para ela, para a imagem do carioca. Fica ruim para o estabelecimento, porque ele não representa a maioria dos lugares que sofreu tanto pela pandemia. Uma classe que foi arrasada, e agora muitos tentam retornar. Aquilo mancha a categoria. A Vigilância está a postos para proteger a sociedade do mau fornecedor”, afirmou o fiscal.
Flávio contou que cenas como as que viralizaram tem sido comuns nessa retomada do setor de bares e restaurantes que ficaram fechados por mais de 3 meses por causa da pandemia do novo coronavírus.
“Temos encontrado, principalmente nos últimos dias, pessoas que não estão entendendo o nosso papel. Estamos ali para defendê-las. Mas, infelizmente no Brasil, a gente não tem a cultura de prevenção. Muitos não gostam da fiscalização e se sentem agredidos. E muitas das vezes vão contra nós. Então, fazemos uma capacitação psicológica e técnica para estabelecer um padrão técnico durante as abordagens”, explicou o fiscal.
Fávio ainda explicou quais são as orientações da Vigilância Sanitária. “Somos orientados a não responder às agressões. Quem está agredindo não está agredindo o fiscal. A pessoa, por estar errada, tenta desviar o foco do problema, tentando desestabilizar o fiscal. Então, dizemos que não é para eles revidarem a essa armadilha. Não queremos nos rebaixar àquele nível. Quem está errado que fique nervoso”, salientou o fiscal.