Texto sobre ‘racismo reverso’ da Folha gera enxurrada de críticas na web

Artigo defende tese de que existe um "neorracismo identitário" no Brasil

Um artigo assinado pelo escritor e antropólogo Antonio Risério e publicado no caderno Ilustríssima, da “Folha de S.Paulo”, gerou uma série de criticas de intelectuais e internautas nas redes sociais. “Folha”, “Risério” e “Não existe racismo reverso” figuraram entre os assuntos mais comentados deste domingo, 16, no Twitter.

Texto sobre ‘racismo reverso’ da Folha gera enxurrada de críticas na web
Créditos: Divulgação
Texto sobre ‘racismo reverso’ da Folha gera enxurrada de críticas na web

Segundo o texto de Risério, o movimento negro reproduz um projeto supremacista branco, criando uma espécie de “neorracismo identitário”, que, em outras palavras, seria um “racismo reverso”.

Abaixo, leia algumas das criticas ao autor.

Risério é autor de “A Utopia Brasileira e os Movimentos Negros”, “Sobre o Relativismo Pós-Moderno e a Fantasia Fascista da Esquerda Identitária” e “As Sinhás Pretas da Bahia”

Folha e as polêmicas com o racismo

Em setembro de 2021, um artigo de Leandro Narloch, também publicado na “Folha de S.Paulo”, causou polêmica dentro da empresa por ter sido acusado de relativizar a escravidão no Brasil. Ele foi criticado por Thiago Amparo, colega de jornal, e o assunto foi comentado por José Henrique Mariante, ombudsman do jornal.

Amparo criticou a Folha por ceder espaço a esse tipo de comentário e se disse ter sentido “ânsia de vômito”
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Amparo criticou a Folha por ceder espaço a esse tipo de comentário e se disse ter sentido “ânsia de vômito”

O texto de Narloch, intitulado “Luxo e riqueza das ‘sinhás pretas’ precisam inspirar o movimento negro”, apresenta o episódio de uma “sinhá preta” e estende esse caso particular para desconstruir séculos de escravidão, ignorando um sem-número de outros relatos e documentos do período que provam que a exceção não é a regra.

Amparo criticou a Folha por ceder espaço a esse tipo de comentário e disse ter sentido “ânsia de vômito” e “um misto de repugnância e desânimo”.

“Folha, por que ainda precisamos nos masturbar coletivamente com a relativização da dor preta?”, questionou.