Ratinho ataca Pabllo Vittar e Thammy Miranda ao vivo no SBT

O apresentador fez comentários depreciativos sobre a orientação sexual da drag queen e a identidade de gênero do filho de Gretchen

Ratinho atacou Pabllo Vittar e Thammy Miranda em seu programa no SBT
Créditos: Reprodução/Fotomontagem
Ratinho atacou Pabllo Vittar e Thammy Miranda em seu programa no SBT

Um dos apresentadores mais antigos da televisão brasileira, Ratinho deu uma aula de preconceito e transfobia em seu programa homônimo no SBT ao fazer comentários depreciativos sobre a orientação sexual de Pabllo Vittar e a identidade de gênero de Thammy Miranda.

Na ocasião, o comunicador se disse “careta” ao justificar sua recusa em reconhecer o filho de Gretchen como homem, e demonstrou antipatia às pessoas que tratam a drag queen no feminino.

“Eu não consigo entender. No ano passado, aquele rapaz Pabllo Vittar tem saco, eu vi. Tava na internet, eu vi. Ganhou como ‘Melhor Cantora’ [nos melhores do ano do Domingão do Faustão], mas não é cantora. Quem tem saco é cantor. Agora o Homem Mais Sexy a Thammy? Ela não tem saco”, esbravejou Ratinho ao falar sobre a nomeação de Miranda ao título do Homem Mais Sexy do país da revista “Isto é Gente”.

Em seguida, o apresentador disse que é “careta” e afirmou que “não” vai “mudar” seu modo de pensar. “Eu não faço questão de mudar”.

Por fim, o comunicador do SBT opinou que, no seu modo de ver, as coisas “estão passando do limite” e questionou uma mulher da plateia de se ela concorda com ele. Acuada, ela disse “estão”.

“O povo tem medo de falar porque está na televisão e a internet xiga a gente. Por mim, vocês podem me xingar. Eu sou igual rádio velho, não ligo”, completou.

Excesso de ‘viado’ nas novelas da Globo

Essa não é a primeira vez que Ratinho polemiza por fazer comentários preconceituosos sobre LGBTs. No começo do ano, o apresentador precisou se retratar após fazer postagem ofensa em sua conta no Instagram criticando o excesso de “viados” nas novelas da TV Globo.

“Eu estava vendo a novela aqui da Globo, um negócio de cangaceiro e tal, porque temos que ver quem está concorrendo com a gente e tal. Mas Globo, vocês colocaram viado até em filme de cangaceiro, gente!”, reclamou.

“Naquele tempo não tinha viado não. Ou tinha viado naquele tempo? É sério. É viado às 6h da tarde, é viado nas 8 da noite, é viado às 10 da noite. Eu não sei o que tá acontecendo. Será que tem tanto viado assim?”, questionou ele.

Homofobia

Embora não seja considerada crime, a homofobia é hoje uma das práticas de ódio mais comum no dia a dia. A ojeriza motivada pela orientação sexual de outrem deixa marcas que, quando não fatais, psicológicas.

No Brasil, de acordo com dados do Grupo Gay da Bahia, uma pessoa LGBT é morta a cada 19 horas. Em 2017, a entidade computou 445 homicídios desse tipo, o que representa um aumento de 30% em relação ao ano anterior.

Clique aqui e saiba o que fazer em caso em caso de homofobia.

Transfobia

O Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo, de acordo com dados da ONG Transgender Europe. O reflexo de tamanha violência é refletido na baixa expectativa de vida dessas pessoas no país: 35 anos contra a média nacional, que é de 75.

Dados do Grupo Gay da Bahia (GGB) apontou que, em 2016, foram registrados 127 homicídios motivados por transfobia no Brasil, uma média de 1 vida ceifada a cada 3 dias.

Já em 2017, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) registrou 179 assassinatos de travestis e transexuais, o maior resultado dos últimos 10 anos. Em ambos os cenários, é oportuno ressaltar que os números se referem, principalmente, aos casos que ganham notoriedade na imprensa ou redes sociais, o que significa que esse resultado pode ser maior.

No tocante a 2018, a Antra liberou um relatório sobre a morte de transgêneros no país no primeiro semestre deste ano, totalizando 86 casos de vítimas fatais, mortas em decorrência da transfobia.

Na Catraca Livre, a gente acredita que a informação é a melhor arma contra o preconceito. Por isso, criamos um manual anti-transfobia com dicas práticas para falar sobre questões de gênero de forma respeitosa, sem disseminar, mesmo que de maneira não intencional, a intolerância. Para ter acesso, basta clicar aqui.