Roteiristas de GoT são acusados de querer se aproveitar de negros

Os roteiristas de Game of Thrones, uma série com pouquíssima diversidade racial, querem agora falar de escravidão

Os roteiristas de Game of Thrones David Benioff e D.B. Weiss são tão brancos quanto todos os personagens principais da série. E depois de sete temporadas da série, eles agora querem desenvolver outra – acusada de se aproveitar da escravização de pessoas negras.

A série Confederate, também da HBO, vai acontecer em um futuro no qual o sul racista dos Estados Unidos ganhou a Guerra de Secessão e, assim, legalizou a escravidão nessa parte do país. E a série inclui, por exemplo, representações de escravidão moderna.

A produção está sendo acusada de promover a “espetacularização” do racismo. Por causa disso, há uma campanha de boicote nas redes sociais, chamada #NoConfederate.

https://twitter.com/rada_rdm/status/892508997223317505

https://twitter.com/Mrgiarc/status/891873184605188096

“Fanfiction de escravidão é inaceitável”, diz a imagem.

https://twitter.com/unbreakablepenn/status/891820880246046720

“Dois homens ricos que usam Game of Thrones para promover a cultura do estupro – sem surpresa que eles também promovam o racismo”.

“Que tipo de confiança devemos ter em dois cavalheiros que não conseguem discutir raça na própria série deles e tiveram sete temporadas para introduzir importantes personagens negros?”, pergunta April Reign em entrevista à The Hollywood Reporter, que criou a campanha #OscarSoWhite para criticar a falta de negros no Oscar.

A autora Roxane Gay também se manifestou. “Eu não quero assistir uma fan fiction de escravidão”, escreveu no The New York Times.

“Fiquei exausta, simplesmente por que há muito tempo estou exausta de narrativas de escravidão (…) Minha exaustão com a ideia de Confederate é multiplicada pela percepção de que esta série é fruto de dois homens brancos que são encarregados de um programa que tem poucas pessoas negras e em que violência sexual costuma ocorrer de forma gratuita e tratada como algo comum”, diz. “Eu estremeço ao imaginar o corpo negro escravizado pelas suas mãos criativas.”

A HBO defendeu a série em um comunicado, assim como Malcolm Spellman, que é produtor de Confederate e negro, que disse que a produção pretende trazer reflexões sobre a questão racial.

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