Rua Augusta é descoberta por fotógrafos

Por: Keila Baraçal

Moradora da rua Augusta há dois anos, a arte educadora Valu Ribeiro flagrou em suas lentes aquilo que ela considera “escasso” na região: as profissionais da noite. Depois de procurar cerca de quatro horas pelo seu objeto de imagem, ela conseguiu encontrar uma mulher que esperava por seu cliente de forma discreta em uma das esquinas da Augusta. As fotos dela e de outros fotógrafos são é fruto da primeira edição da Jornada Fotográfica, organizada pelo fotógrafo e agitador cultural, André Douek, com início às 20h da sexta, 16 e término às 20h do sábado.

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Tribos que frequentam a rua Augusta ganham forma durante a noite

“Acho que a Augusta já está perdendo o estereotípico de centro de prostituição. Hoje, ela é um espaço ligado ao comércio, à culinária e à diversão”, explica ela.  Pelo fato de frequentar diariamente o local, dias antes de o encontro para a Jornada, Valu e Douek caminharam por duas horas toda a extensão da Augusta. A ideia era encontrar elementos que servissem de base para as instruções para os demais fotógrafos.

Um dos pontos observados foi a diversidade de tribos que circula pelo local. Havia dúvidas de que as pessoas autorizariam os cliques dos fotógrafos no dia do evento mas, conforme a arte educadora já havia previsto, os personagens pediam para serem retratados. “A rua virou também uma espécie de vitrine”.

Jornada
O ponto de partida do grupo  foi metrô Consolação, às 20h da sexta-feira. De lá saíram para retratar os bares, seguindo para as casas noturnas. Quando amanheceu, os fotógrafos  começaram a clicar as ações dos comerciantes e lojistas. Por fim, fizeram fotos livres sobre os personagens e situações da rua Augusta. “Este é um tema inesgotável. Precisaríamos de mais tempo para fazer as fotos”, concluiu Douek. A segunda edição da Jornada Fotográfica de 2009 será no Carnaval – haverá os registrados um bloco de rua.

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