Secretário do Governo defende corte de verba para ‘ONGs escusas’
Nabhan Garcia foi nomeado para o órgão responsável pela gestão das demarcações indígenas no novo governo.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o secretário especial de Regulação Fundiária do Ministério da Agricultura, o ruralista Nabhan Garcia, afirmou que medidas serão tomadas para corta verbas destinadas a “ONGs escusas”.
De acordo com o texto,o secretário de Governo não quis citar as organizações consideradas suspeitas, no entanto, direcionou seu discurso para a questão dos índios que, segundo ele, “a vida inteira tiraram proveito” de convênios com órgãos públicos.
“O índio tem muitos problemas. O índio precisa ter um assistencialismo real. Não um assistencialismo de dinheiro que vai para ONG e ONG desaparece com esse dinheiro”, disse o pecuarista.
“Tem muita ONG que, se quiser sobreviver, vai ter que sobreviver como manda a lei, às custas próprias”, continuou. “Existe uma preocupação de algumas ONGs que estão reclamando… Não vejo um motivo. Talvez seja isso. Ora, já se diz: organização não governamental. Que sobreviva às custas próprias, não tirando dinheiro dos cofres públicos.”
Nabhan é subordinado à ministra Tereza Cristina, e foi indicado para o órgão responsável por cuidar das demarcações de terras indígenas e quilombolas – atribuição que antes estava sob os cuidados da Fundação Nacional do Índio (Funai). O decreto que determinou a transferência de função para a pasta da Agricultura, gerou polêmicas nos últimos dias, por um possível conflito de interesses.
Inclusive, a hashtag #VisibilidadeIndigena esteve em destaque Twitter, mostrando que a população tem colocado o assunto em debate.
https://twitter.com/barretocella/status/1082155628599095296
https://twitter.com/Bellivip/status/1082047087481622528
A ministra da Agricultura, ressaltou que mudança é apenas uma “questão de organização” administrativa. Políticas sociais para os indígenas serão tratadas pela Funai.
Ainda segundo a Folha de S.Paulo, o monitoramento e a coordenação de ONGs e de organismos internacionais será feito pela Secretaria de Governo, comandada pelo general Carlos Alberto dos Santos Cruz. Sobre a questão da corta de verba das instituições, ele disse que a intenção não é intervir nas entidades. “[O objetivo] é simplesmente de coordenação e de obter melhores resultados”.