Seguranças de mercado são condenados a 10 anos de prisão por tortura
Os dois funcionários torturaram um adolescente negro em uma sala do supermercado Ricoy porque ele teria tentado furtar uma barra de chocolate
Veio a público nesta terça-feira, 24, que os dois seguranças do supermercado Ricoy da zona sul de São Paulo que praticaram tortura e chicotearam um adolescente negro em julho do ano passado, foram condenados a pena de 10 anos e 3 meses de reclusão.
De primeira instância, eles tinham sido condenados por lesão corporal, mas foram absolvidos do crime de tortura. Porém, em nova decisão, eles foram condenados pelos crimes de tortura, lesão corporal, cárcere privado e divulgação de cenas de nudez de vulnerável.
De acordo com as apurações, o garoto teria sido flagrado tentando furtar uma barra de chocolate. Foi aí que os seguranças o levaram para um cômodo do estabelecimento, tiraram toda sua roupa, amararam e amordaçaram ele. Na sequência, filmaram a sessão de tortura, incluindo o chicoteamento. Essas imagens chegaram a ser divulgadas na internet.
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As imagens do vídeo divulgado na época mostram o jovem, nu, em uma sala pequena no meio de caixas e sacos do supermercado da rede Ricoy. No vídeo é possível ver que um dos seguranças aparece no vídeo proibindo o adolescente de usar as mãos para se proteger. “Não coloca a mão”, diz, com outra chibatada. Na sequência, um deles ameaça a adolescente: “tô fazendo isso, simplesmente, pra não atrasar o seu lado, pra não ter que te matar (sic)”.
A defesa dos seguranças solicitava a absolvição deles alegando falta de testemunhas presenciais. Os dois ainda negam que cometeram os crimes. O julgamento teve votação unânime pela condenação.