“Sorrio a cada pequena coisa que ele faz, mas não hoje”, diz mãe

02/03/2017 12:18

“Na maioria dos dias, bebo meu café e sorrio a cada pequena coisa que ele faz pensando que é a melhor coisa do mundo, mas não hoje. Estou chorando há duas horas e choro enquanto escrevo isso”, desabafou a modelo americano Tess Holliday em um texto que viralizou nas redes sociais na última segunda-feira, 27.

Tess trabalha como modelo plus size e é mãe de dois meninos – Rilee, de 11 anos, e Bowie, de 8 meses, e conta no relato que publicou em sua conta no Instagram as pressões que sofre por ter de corresponder às expectativas do trabalho e da maternidade, uma realidade comum à maioria das mulheres que se transformam em mães e assumem a responsabilidade de múltiplos papéis sociais.

Tess conta que trabalha quase 15 horas por dia além de tomar conta dos meninos.
Tess conta que trabalha quase 15 horas por dia além de tomar conta dos meninos.

No depoimento, a modelo expressa os sentimentos ambíguos que podem fazer parte da rotina da maternidade, o que muitas vezes agrava as cobranças que a sociedade impõe sobre as mulheres e e o ato de amamentar. Quando escreveu o desabafo, era madrugada e Tess estava sem dormir tentando embalar o sono do bebê. “Cada vez que Bowie pega no sono e tento deitá-lo no berço, ele acorda. Estão nascendo seus dentes e ele não tem ideia de que tenho de trabalhar hoje”, escreve.

O relato de Tess já teve mais de 74 mil reações e mais de 4 mil comentários.
O relato de Tess já teve mais de 74 mil reações e mais de 4 mil comentários. - LECO_DE_SOUZA

O depoimento toca também em outros pontos sensíveis da maternidade, como a falta de acolhimento do mercado de trabalho e o culto ao corpo e à aparência. Para Tess e muitas outras mães que vivenciam todas essas cobranças de uma só vez, conciliá-las com a privação do sono e a instabilidade hormonal torna-se uma verdadeira guerra diária, silenciosa e, muitas vezes, individual.

“Espero que um dia a sociedade considere as mães como seres humanos imperfeitos que somos”, pede Tess no final do texto, fazendo um apelo pela empatia e compaixão, e alertando para a importância não só da rede de apoio da mulher, mas também do acolhimento da maternidade no âmbito social.

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