SP: Entenda como fica o Metrô após confirmação de greve nesta terça 28
Com corte de 10% nos salários, categoria decidiu paralisar atividades após tentativas frustradas de negociação com o governo do Estado de São Paulo
Em assembleia online realizada na noite desta segunda-feira, os metroviários de São Paulo aprovaram greve a partir de zero hora desta terça-feira, 28, após insucesso nas negociações do Acordo Coletivo com a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), mediadas pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), a categoria decidiu pela paralisação.
De acordo com o Sindicato dos metroviários de São Paulo, os trabalhadores vêm tentando negociar com a companhia, propondo a prorrogação do Acordo Coletivo que venceu em 30/4, mas não houve entendimento.
A entidade aponta que a empresa defende a redução de direitos como redução da participação do Metrô no pagamento do plano de saúde, redução do adicional noturno de 50% para 20% e da hora extra de 100% para 50%, o fim do adicional de periculosidade dos Operadores de Trem e Agentes de Segurança. Na última sexta-feira, a companhia anunciou ainda o corte de 10% dos salários dos funcionários em julho.
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“A greve acontecerá pela defesa dos direitos e o corte de 10% nos salários, anunciado na última quinta-feira à noite”. “A greve é por tempo indeterminado, com assembleia permanente. Contamos com o apoio da população. Nossa reivindicação é justa. Só queremos a renovação do Acordo Coletivo”, afirma o Sindicato.
Com a decisão dos metroviários, as linhas 1,2,3 e 15 do Metrô de São Paulo ficarão fechadas nesta terça-feira. As linhas 4-amarela e 5-lilás do metrô possuem acordo coletivo distinto e não devem integrar a paralisação. Os trens da CPTM também devem funcionar.
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou, em liminar nesta mesma segunda-feira, a manutenção de percentual mínimo de 95% do funcionamento normal do serviço nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h30 às 19h30). Nos demais horários, o percentual mínimo de funcionamento da categoria, conforme o TRT, deve ser de 65%. Caso a liminar não seja respeitada, será aplicada multa diária de R$ 150 mil aos metroviários e de R$ 500 mila empresa.
Confira o comunicado emitido pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo
Em assembleia on-line realizada na noite de 27/7, os metroviários decidiram paralisar suas atividades por tempo indeterminado a partir de zero hora de 28/7 (terça-feira)
Os metroviários buscaram de todas as formas dialogar com o governo Doria e a direção do Metrô, mas enfrentaram a intransigência de ambos. Após várias reuniões e audiências de conciliação mediadas pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho) não houve, de fato, qualquer tipo de avanço nas negociações.
A greve acontecerá pela defesa dos direitos e o corte de 10% nos salários, anunciado na última quinta-feira à noite.
Desde março, o Sindicato tem procurado o governo Doria e o Metrô propondo a prorrogação do Acordo Coletivo que venceu em 30/4. Não teve sucesso. Demonstrando disposição para negociar, propôs não discutir reajuste salarial agora. No entanto, Doria e Metrô não recuaram nos ataques aos direitos e salários.
O governador e a direção do Metrô, no entanto, continuam mantendo altos salários de inúmeros assessores, alguns com valores acima do salário do governador.
A greve é por tempo indeterminado, com assembleia permanente. Contamos com o apoio da população. Nossa reivindicação é justa. Só queremos a renovação do Acordo Coletivo. O julgamento da greve já está marcado para a quarta-feira (29/7).
Veja os números da assembleia:
73,38% dos votantes (1.839 metroviários) decidiram parar a partir de amanhã. 21,75% (545 votos) votaram contra a greve. 122 pessoas se abstiveram.