SP: Professor usa roupa da Ku Klux Klan em escola e gera revolta
Segundo os alunos, a cena foi registrada na Escola Estadual Amaral Wagner no dia 8 de dezembro, quando estudantes do 3º ano organizavam uma feira
Viralizou nas redes sociais, nesta terça-feira, 21, um vídeo de um professor vestido com uma roupa que remete à Ku Klux Klan (KKK) — movimento racista, antissemita e anticomunista do século 19 — caminhando no pátio de uma escola pública de Santo André, na região metropolitana de São Paulo. O professor foi afastado.
A Ku Klux Klan unia grupos racistas sob a bandeira da “supremacia branca“. O movimento teve sua maior força no sul dos Estados Unidos.
Segundo os alunos, a cena foi registrada na Escola Estadual Amaral Wagner no dia 8 de dezembro, quando estudantes do terceiro ano do Ensino Médio organizaram um desfile de fantasias no local.
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As imagens foram registradas por outros professores da escola, no dia 8 de dezembro, quando seria realizada uma feira, mas foi cancelada. Nesse sentido, de acordo com os docentes da unidade de ensino, não havia qualquer “caráter pedagógico” que justificasse o uso da roupa da Ku Klux Klan.
Em nota publicada nas redes sociais, o Grêmio Estudantil da escola informou que o homem fantasiado era um professor de História. Ainda segundo os estudantes, ele foi vaiado e retirado da quadra pelos alunos e encaminhado para a direção da escola. Lá, ele prestou esclarecimentos sobre o ocorrido.
“O caso foi registrado na unidade escolar e encaminhado a diretoria de ensino, órgão responsável por cuidar de casos ocorridos nas escolas estaduais e que pode tomar medidas a respeito do ocorrido. Afirmamos que tanto a escola quanto o Grêmio e a Atlética tomaram todas as medidas que estavam ao seu alcance, incluindo, conforme dito anteriormente, prestar esclarecimentos e se retratar com os alunos presentes no dia através de seus representantes de classe”, informa o comunicado.
“O professor desfilou com aquela vestimenta numa atitude explicitamente racista, fora de contexto, e em caráter intimidatório. Os colegas que o denunciaram tem medo e, por isso, demoramos quase 15 dias para tornar a denúncia pública”, afirmou o deputado estadual Carlos Gianazzi (PSOL-SP), em entrevista ao Metrópoles.
Gianazzi oficiou a direção da escola, a diretoria regional de educação e a Secretaria de Educação Estadual solicitando informações e providências para o caso. “Ressalte-se que as imagens divulgadas por estudantes mostram o momento em que a pessoa – apontada como um professor de história da unidade escolar – transita pelo pátio da escola com os trajes. Importante que se faça a investigação e a apuração dos fatos, uma vez que essa atitude pode configurar a prática de crime de injúria racial”, diz o documento.
Em nota, a Secretaria de Educação de São Paulo (Seduc-SP) informou que “abriu apuração preliminar e afastou imediatamente o professor envolvido, que é efetivo, até o término da apuração”. A pasta ainda afirma que a Diretoria de Ensino de Santo André formou uma “comissão interracial para averiguar os fatos” e ressaltou que “não admite qualquer forma de discriminação e injúria racial”.