STF determina que processo de Lula volte para fase de alegações finais

O processo do Instituto Lula já estava pronto para ir a julgamento na 13ª Vara Federal em Curitiba.

28/08/2019 20:28 / Atualizado em 11/09/2019 12:14

O Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira, 28, que o processo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é réu pelo caso do Instituto Lula retorne à fase de alegações finais. A decisão foi tomada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo. O caso já estava pronto para ir a julgamento na 13ª Vara Federal em Curitiba.

STF determina que processo de Lula volte para fase de alegações finais
STF determina que processo de Lula volte para fase de alegações finais - Agência Brasil

A decisão foi tomada para se adequar ao entendimento firmado na terça-feira, 27,  pela Segunda Turma do STF, sobre o julgamento de um recurso do ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil Aldemir Bendine.

Os ministros do STF anularam a condenação no processo contra Bendine proferida pelo então juiz Sérgio Moro, porque, nas alegações finais, foi aberto prazo conjunto para todos os réus, sem diferenciar delatores e delatados. Bendine havia sido delatado por ex-executivos da Odebrecht, que também eram réus.

O que são alegações finais?

As alegações finais no processo costumam ser a última oportunidade das partes envolvidas se manifestarem sobre a sentença dada.

Os ministros da segunda turma do Supremo entenderam, conforme a decisão desta terça, que com base no princípio da ampla defesa, os delatores e delatados não estão em condições parecidas no processo. Então, ao considerar isso, eles exigem que os prazos para as alegações finais sejam diferentes. Portanto, o réu delatado tem o direito a se manifestar por último.

Como Lula será beneficiado pelo novo entendimento do STF?

O processo do Instituto Lula já estava pronto para ir a julgamento na 13ª Vara Federal em Curitiba. Com a reabertura dos prazos para alegações finais, o caso retorna à fase anterior. Portanto, levará mais tempo para o juiz Luiz Antonio Bonat decidir se sentencia ou não o ex-presidente.

Fachin também determinou, para prevenir irregularidades processuais, que seja dada à defesa de Lula acesso a todo o material apresentado pelos executivos da Odebrecht na delação, como pediram os advogados, em até 15 dias. A decisão do ministro foi tomada em um recurso que já estava no STF há tempos. Os advogados de Lula pediam apenas acesso ao material da Odebrecht. Mas Fachin se antecipou e aplicou logo o novo entendimento da Segunda Turma.

Habeas Corpus

Nesta quarta-feira, os advogados de Lula entraram com pedido de habeas corpus no Supremo para anular sentenças do ex-presidente no processo do sítio de Atibaia e no do tríplex do Guarujá com base na decisão dobre Bendine. Os advogados de Lula também pediram ao STF a anulação da ação sobre o Instituto, que também tramita na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, baseados na mesma decisão. A decisão de Fachin de hoje, no entanto, não está relacionada ao pedido da defesa de Lula pelo habeas corpus.