STF rejeita pedido que queria impedir Janot de atuar contra Temer

13/09/2017 18:05

Nesta quarta-feira, 13, a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou o pedido da defesa do presidente Michel Temer que tentava impedir o procurador-geral Rodrigo Janot de continuar atuando em investigações que envolviam o presidente, iniciadas a partir das delações da JBS. As informações são da “Folha de S. Paulo“.

Ministros rejeitaram pedido da defesa do presidente Michel Temer
Ministros rejeitaram pedido da defesa do presidente Michel Temer - Beto Barata/PR

Segundo a “EBC“, no início do julgamento, a defesa de Temer voltou a afirmar que Janot agiu de forma parcial nas investigações envolvendo o presidente e que a prisão dos empresários Joesley e Wesley Batista, cujas delações foram baseadas as acusações, podem indicar que Janot não teve os devidos cuidados na investigação.

Os ministros pediram o entendimento do relator do caso, Edson Fachin, que considerou que não há argumentos para justificar esse pedido.

Depois do relator, Alexandre de Moraes foi o primeiro a votar e disse que a suspeição de Janot deveria se ater ao Código de Processo Penal. “Me parece que não ficou comprovada inimizade pessoal [entre Janot e Temer], uma motivação personalíssima de ofensa, ódio”.

Rosa Weber disse que “os fatos descritos como ensejadores da suspeição não configuram causa de suspeição”, concordando com Fachin e Moraes.

Já Luiz Fux afirmou que “o procurador agiu no legítimo interesse de sua instituição, com devida impessoalidade” e que “enquanto houver indícios de crime, haverá uma demanda ajuizada”.

Ricardo Lewandowski disse que todos sabem que “o reconhecimento das causas de suspeição são pessoais e demanda a atuação daquele que se quer afastar do processo”.

O ministro Celso de Mello, mais antigo da corte, ressaltou que assim como o STF é o juiz natural do presidente nas infrações penais, o procurador-geral da República é o promotor natural dos casos que envolvem o chefe do Executivo, o que serve justamente para “evitar acusações casuísticas”. Ele elogiou o trabalho de Janot na PGR e disse ainda que ele vem combatendo a corrupção de forma incisiva.

A presidente do STF, Cármen Lúcia, foi a última a votar e também rejeitou o pedido da defesa de Temer. Os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso não participaram do julgamento.

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